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“Santos é uma grande empresa. O que precisamos é de um gestor”, diz Nando Pinheiro

O representante do Avante inaugura a série de entrevistas com os 4 candidatos a prefeito de Santos

Nando Pinheiro - Foto: Divulgação/Campanha

O empresário Fernando Pinheiro, mais conhecido como Nando, de 44 anos, é o representante do partido Avante, sem coligação, na eleição para prefeito de Santos. Ele inaugura a série de entrevistas com os quatro candidatos ao Executivo.

Natural de São Paulo, mas identificado com a cidade de Santos, ele desenvolveu, ao longo de sua trajetória, inúmeras atividades, como empreendedor, ator, locutor, dublador e mestre de cerimônias.

Funcionário do Fórum há mais de 35 anos, Henrique Gainete, conhecido como Henrique do Fórum, do mesmo partido, é o candidato a vice na chapa que leva o número 70.

Folha Santista: Por que o senhor é candidato a prefeito de Santos?
Nando Pinheiro: Quero ser prefeito de Santos para que a população, realmente, tenha mais saúde, mais qualidade na educação, mais qualidade na mobilidade urbana. Falta para Santos zeladoria de verdade. Essa cidade é uma grande empresa. O que nós precisamos é de um gestor, que coloque diretores e especialistas nas mais de 15 pastas que nós temos atualmente. Vou valorizar todos os profissionais e todos os servidores públicos. É por isso que eu quero ser prefeito. Essa cidade precisa de uma renovação. A renovação real é comigo, Nando Pinheiro.

Folha Santista: Quais são os principais eixos do seu plano de governo?
Nando: Os principais eixos do meu plano de governo são quatro itens superimportantes, que são direitos do cidadão: saúde, segurança, educação e mobilidade urbana na cidade. Todos esses quatro itens serão bem feitos. Na questão da saúde, nós vamos contratar mais médicos, vamos colocar a saúde digital e tantos outros itens nas 70 propostas para Santos avançar. Na educação, vamos valorizar os professores, aumentar de 70% para 100% as escolas em período integral e vamos adicionar aulas que vão fazer com que a criança e o adolescente se interessem: aula de empreendedorismo, educação financeira, teatro, esporte. Vão ter também aulas voltadas à inteligência emocional e inteligência artificial. Na questão da mobilidade urbana, vamos colocar todos os faróis não sincronizados, mas com inteligência artificial, desafogando de vez a questão do trânsito. E também aumentar o número da frota de ônibus, principalmente no Jardim São Manoel, que tem apenas duas linhas. Vamos aumentar para quatro ou cinco. Vamos também fazer mais e melhor em diversas pastas. Para isso a gente precisa, claro, da população, na saúde, educação, mobilidade urbana e segurança. Segurança tem que ser prioridade. Vamos colocar a Guarda Civil Metropolitana com treinamento. Eu acredito que não precisa aumentar o efetivo. Nós precisamos treinar e capacitar cada vez mais esses homens, além de investir em iluminação pública. Nós vamos rever todas as iluminações. Vamos colocar LED. Um lugar em Santos que está escuro, nós vamos trazer vida e iluminação pública decente.

Folha Santista: A cidade vem perdendo empregos no Porto de Santos, o que o senhor pretende fazer para que isso se reverta?
Nando: Em relação aos empregos no Porto de Santos, nós temos que trabalhar com muita seriedade e, junto com as empresas que fazem essas contratações, nós temos que incentivá-las e quem sabe, até através de subsídios, para que cada vez mais sejam contratados profissionais especializados em diversas áreas. Profissionais esses que vão ter aqui em Santos cursos preparatórios, no que diz respeito a todas as atividades do porto. Nós vamos investir, junto com a iniciativa privada, conversando junto aos profissionais do Porto de Santos para que possa reverter esse cenário da empregabilidade. O Porto-Cidade é algo muito importante e sempre foi para a cidade. Santos se construiu e cresceu muito ao redor do porto. Quero fazer mais e melhor por essa iniciativa, incentivando, falando sobre o Centro Histórico de Santos, que empresas de fora possam colocar seus escritórios em Santos, com profissionais que já estarão capacitados através dos cursos que nós vamos oferecer. A prefeitura tem total condição de tratar com carinho todos aqueles que trabalham em diversas áreas que fomentam o Porto de Santos, principalmente os estivadores, que hoje não têm nenhum tipo de representatividade, zelo e carinho. Nós podemos fazer a questão da zeladoria cada vez melhor no Porto de Santos, também na questão do turismo, não só no envio e recebimento de produtos que nós temos constantemente na Baixada Santista e também no porto.

Folha Santista: – O que pode ser feito para atenuar as questões referentes ao meio ambiente e como observa a instalação da usina de incineração de lixo em Santos?
Nando: Morei no Japão cinco anos e lá existe essa tecnologia de incinerar o lixo e transformar em biocombustível desde a época que eu fui para lá, em 2002. Já se passaram mais de 20 anos e nós poderíamos pegar aquilo que está dando certo em outros países, em outras cidades do mundo, e adicionar aqui em Santos. O descarte de lixo está entrando em colapso. Junto com o órgão regulador e, principalmente, a empresa que detém a coleta do lixo, que é a Terracom, nós temos que sentar com esses empresários, com esses especialistas, tanto da prefeitura quanto da empresa Terracom, para que possamos encontrar uma solução real. Esse é um desejo não só meu, como futuro prefeito da cidade, mas de todos os prefeitos da Baixada Santista que utilizam ainda o descarte desse lixo se baseando pela empresa Terracom. Temos, sim, urgentemente, que encontrar uma nova solução. Vamos pegar essa ideia da incineração do lixo, que acontece em outras localidades, e vamos apoiar toda e qualquer ação para que isso se torne uma realidade.

Folha Santista: O senhor tem alguma proposta para a revitalização do Centro? O que pretende fazer nesta região da cidade?
Nando: A revitalização tem que ser dada continuidade. A atual gestão fez lá o Parque Valongo e nós temos que fazer também a revitalização e voltar a fazer com que o Centro de Santos tenha o título que ele sempre teve, que é de fomentar e levar Santos para o mundo. A história de Santos tem que ser preservada, mas nós temos que modernizar o Centro Histórico, trazendo mais empresas, revitalizando os imóveis antigos, fomentando o empreendedorismo e convidando empresas de fora para que instalem as suas sedes ou suas sucursais na cidade de Santos. Nós estamos muito próximos no Centro do Porto, responsável pela importação e exportação de demais itens do Brasil, responsável também por grande parte do PIB da nossa cidade. O Centro Histórico de Santos precisa ter mais zeladoria, mais carinho, mais atenção. A zeladoria não pode passar apenas pela orla da praia, mas, sim, nos quatro cantos da cidade. Vejo com muito bons olhos a revitalização do Centro Histórico e vou procurar os deputados federais e estaduais para que me ajudem nessa revitalização contínua. E também procurar o governador Tarcísio, que eu tenho certeza que é de interesse do governo do estado fazer com que o Centro Histórico de Santos seja um centro de cultura, de lazer, de diversão e que volte a viver dias melhores.

Folha Santista: Quais propostas tem para a área de cultura e turismo da cidade?
Nando: Nós vamos fazer uma pasta única. Vamos fazer a pasta da cultura, do turismo e do esporte, uma tríade. A cidade de Santos ainda peca na questão do turismo. Eu sinto falta aqui de um city tour de qualidade para que os turistas possam ser levados aos principais pontos da cidade, como o Aquário, que está desde 1945, o ano que vem completa 80 anos e precisa de revitalização. Também o Orquidário, o Museo do Café, o Monte Serrat, que tem lá o funicular, que já tem levado muitos turistas. É o mesmo que tem em Portugal, isso é bem interessante para fomentar cada vez mais o turismo. Eu quero trazer o double deck, um ônibus que vai fazer parte do cartão-postal da cidade. É aquele ônibus vermelho, bonito, de dois andares, que tem na cidade de Gramado, nos Estados Unidos, em Londres. As pessoas, às vezes, perguntam: ‘E o bonde que tem na cidade?’. O bonde continua, é importante, faz parte do cenário. Mas temos que fomentar o turismo junto à cultura e fazer com que toda a orla da praia, Zona Noroeste, morros tenham eventos com os artistas da cidade, eventos musicais, eventos de dança, eventos voltados também aos artistas da culinária; quem faz uma boa comida é um grande artista; isso também faz parte da cultura da cidade. Isso integra, a questão da cultura e do turismo. E a gente vai falar também do esporte. O esporte é lazer, nós temos o esporte náutico que acontece em Santos. Mas nós vamos fazer ainda mais, investir na questão da natação, da caminhada, das corridas. Vamos fazer mais e melhor nessa única pasta que vai ter três vertentes superimportantes para a cidade santista.

Folha Santista: O que pretende fazer para melhorar o atendimento na área de saúde, especialmente nas especialidades?
Nando: Nós temos dois itens muito importantes em Santos: saúde primária e saúde secundária. A saúde primária passa pela Unidade Básica de Saúde, a UBS, e a secundária pela Ambesp. Na Unidade Básica de Saúde, para desafogar essas filas, pois é inadmissível o cidadão santista ficar mais de uma hora e meia na fila, vamos adicionar a Saúde Digital, alguns chamam de Telemedicina, mas comigo vai ser Saúde Digital, a saúde na palma da mão, onde os médicos vão atender ao santista através do celular, da medicina inteligente digital integrada, antes que ele procure a Unidade Básica de Saúde. Muitas vezes o médico já vai poder fazer uma receita, via telefone celular, através do aplicativo e esse cidadão, antes de chegar à UBS, pode ser que ele nem precise ir porque ele vai ter a receita e o acompanhamento desse médico. Mas caso ele precise ir lá, a fila já vai diminuir nesses casos. Vamos fazer, também, a contratação de mais médicos para que valorize o profissional da medicina, aumentando, também, os salários, para todo mundo trabalhar motivado em prol da qualidade do primeiro atendimento, do atendimento primário, revitalizando as UBS que estão degradadas, contratando profissionais e dando a esses profissionais total condição. Equipamentos não podem estar obsoletos, eles devem ser comprados e sempre checados para que o médico não tenha desculpa de falar que não tem equipamento adequado para dar o atendimento correto. Em relação à Ambesp, que é o atendimento secundário. É inadmissível alguém receber demorar de 90 a 120 dias para uma consulta por especialistas ou até para o resultado de um exame. O teto máximo para que o cidadão possa ser atendido será de 15 dias, para atendimento e para recebimento dos exames. Nós queremos fazer uma saúde humanizada, porque tem dinheiro para isso. No ano que vem nós vamos ter R$ 1 bilhão só na saúde e temos que fazer essa saúde de qualidade. Eu vou rever todas as OSs (Organizações Sociais) da saúde, vou conversar com todas as empresas para rever esses contratos e exigir uma qualidade de saúde cada vez melhor.

Nesta quarta-feira (25), a entrevista será com Rogério Santos.

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