O policial militar rodoviário, preso nesta quarta-feira (18), em Santos, por suspeita de participação no ataque a tiros ao veículo da candidata à prefeitura de São Vicente, Solange Freitas (PSDB), prestou depoimento à polícia.
Ele disse que o homem que se entregou no último sábado (14), véspera das eleições municipais, confessando o crime foi, de fato, o responsável pelos disparos.
O suposto atirador, morador de São Vicente, afirmou ter sido contratado para “dar um susto” em Solange e em sua equipe de campanha. Contudo, a Polícia Civil na ocasião descartou, rapidamente, o possível envolvimento do homem.
“Está descartada, por parte da polícia, a participação desse indivíduo no atentado contra a candidata. Ele está criando um factoide político”, declarou, à época, Manoel Gatto, diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior-6 (Deinter-6).
“A versão mostrou-se limitada aos fatos e imagens veiculados pela mídia, sendo que não coincidem com o que já foi apurado pela polícia, no tocante ao trajeto, antes e depois do atentado e, também, do contato feito com outro indivíduo pouco antes da tentativa de homicídio, que lhe indicou o carro da vítima”, informou a Polícia Civil.
Policiais da 3º Delegacia de Investigações sobre Homicídios receberam a informação de que o veículo Hyundai ix35 preto, pertencente ao policial rodoviário, transitou por bom período de tempo nas imediações do ataque à candidata.
As imagens das câmeras de segurança flagraram o carro do suspeito acompanhando a moto scooter Honda PCX branca pilotada pelo autor dos disparos. A impressão dos policiais é que o veículo escoltava a moto do atirador.
O suspeito mora em Mongaguá, mas foi preso no quartel da Polícia Militar, à Avenida Coronel Joaquim Montenegro, na Ponta Praia, em Santos, onde foi para realizar exame médico.
Em depoimento, o homem negou participação no crime. O policial rodoviário foi encaminhado para o Presídio Romão Gomes, na Zona Norte da capital paulista.
O ataque
No dia 11 de novembro, Solange foi vítima de um ataque a tiros. O veículo da jornalista, à prova de balas, foi alvejado por vários disparos. Apesar do susto, não houve feridos.
A ação aconteceu na Avenida Minas Gerais, em frente ao novo Pronto Socorro. O autor dos disparos não foi identificado e fugiu do local.
Os investigadores tinham chegado à conclusão que o criminoso tem habilidade com a arma, pois disparou os tiros com a mão esquerda, enquanto conduzia a moto com a mão direita. Inclusive, no momento em que atirou ele fazia uma curva.
Logo após o ataque, Solange Freitas declarou que não tinha dúvidas de que a motivação do ataque foi política. Caso se confirme esta hipótese, o desafio dos investigadores também será descobrir o suposto mandante.