O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), não vai mais disputar a presidência da República. A sua decisão foi revelada para Rodrigo Garcia, o seu vice, que vai disputar o Palácio dos Bandeirantes. A iniciativa do político causou surpresa e abriu uma crise no PSDB.
Segundo informações da Folha de S.Paulo o vice-governador acusou Doria de traição. Em sua defesa, ele afirmou que vai manter a sua promessa de não disputar a eleição e que vai apoiar o vice para a disputa do governo do estado de São Paulo, conforme combinado desde 2018.
Porém, Rodrigo Garcia contava com a renúncia de Doria para disputar a eleição com a cadeira de governador.
O cenário com Doria no governo e Rodrigo Garcia candidato beneficia Fernando Haddad (PT), que hoje lidera as intenções de votos para o governo de São Paulo, pois o vice-governador não terá a estrutura do estado e pode ser contaminado pela rejeição de Doria, o que torna suas chances de ir ao segundo turno ainda menores.
Aliados do governador acreditam que ele ainda pode mudar de ideia.
Integrantes do PSDB acreditam que a decisão de João Doria é uma reação às movimentações da ala liderada pelo deputado Aécio Neves (MG), que busca fazer de Eduardo Leite (RS) o candidato do PSDB à presidência. Para alguns tucanos, o objetivo de Doria é “dar um xeque mate no PSDB”.
O Chefe da Casa Civil, Cauê Macris, e o deputado Carlos Sampaio tentam fazer com que Doria mude de ideia e mantenha sua candidatura à presidência. Tucanos paulistas temem que a decisão de Doria “imploda” o projeto do partido em São Paulo.
O governador de São Paulo cancelou toda a sua agenda para esta quinta (31), manteve apenas a participação no 4º Seminário Municipalista, que acontece no Palácio dos Bandeirantes, às 16 horas, momento em que se acredita que Doria fará um pronunciamento sobre o seu futuro político.
Com informações da Folha de S.Paulo e CNN Brasil