O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse nesta terça-feira (15) que pediu à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) informações sobre supostos relatórios que teriam sido elaborados para orientar a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso das “rachadinhas”.
O episódio foi relatado em reportagem do jornalista Guilherme Amado, da Revista Época. Segundo o texto, os documentos indicariam aos advogados do filho do presidente o que deveriam fazer para anular a investigação.
Aras recebeu representações de mais de 50 deputados federais pedindo investigação da conduta dos órgãos no caso. “Essas representações não trazem elementos materiais, trazem apenas notícias de jornal. O que significa dizer que o Ministério Público vai ter que fazer a investigação”, afirmou ele.
O procurador afirmou que os fatos narrados são graves. “O que não temos são provas desses fatos”, afirmou.
Flávio é investigado por suposto esquema pelo qual parte dos salários de funcionários de seu gabinete na Assembleia Estadual do Rio de Janeiro (Alerj) seriam devolvidos. A suspeita é que ele operado por Fabricio Queiroz, ex-PM no Rio e amigo de décadas de Bolsonaro pai.
STF cobra explicações
As declarações de Aras vieram um dia depois de a ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, ter dado prazo de 24 horas para que o governo explique se tais relatórios foram feitos. A ordem é direcionada ao diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, e ao ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Augusto Heleno.
Ramagem chegou a ser anunciado por Jair Bolsonaro para a direção da Polícia Federal após demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça. O ex-juiz, aliás, saiu reclamando exatamente dessa interferência do presidente sobre o órgão.
Com informações do G1