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Após 15 anos, Brasil perde liderança na exportação de alimentos para árabes

O principal problema foi a logística. Um carregamento para Arábia Saudita que antes chegava em 30 dias, agora demora cerca de 60 dias

Jair Bolsonaro participa de Jantar com empresários no Catar - Foto: Alan Santos/PR

recente viagem turística de Jair Bolsonaro (PL) a países árabes, que gerou um gasto milionário com a gigantesca comitiva, não gerou dividendos para o Brasil que, pela primeira vez em 15 anos, foi superado pela Índia nas exportações de alimentos para a Liga dos Estados Árabes.

Segundo dados divulgados pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira nesta terça-feira (7), em 2020 o Brasil respondeu por 8,15% do total de produtos do agronegócio importados pelos 22 países membros do grupo.

A Índia teve participação de 8,25%, superando a liderança do Brasil no ranking, o que não ocorria desde 2006, quando a Câmara Árabe iniciou a série histórica.

O principal problema foi a logística. Um carregamento para Arábia Saudita que antes chegava em 30 dias, agora demora cerca de 60 dias, situação que ainda persiste.

Desmonte do setor logístico

Os atrasos se dão devido ao desmonte do setor logístico, que gerou escassez de contêineres frigorificados.

Da Índia, no entanto, a viagem é realizada em até uma semana, razão pela qual o país avançou justamente nas frutas, verduras, legumes, mas também em açúcar, carnes e grãos.

Apesar de permanecer competitivo “desde o portão da fazenda”, o Brasil perdeu terreno para a Índia e outros exportadores, como Turquia, Estados Unidos, França e Argentina, em meio a uma interrupção das rotas tradicionais de navegação devido à pandemia.

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