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Economia Criativa: projeto reúne 25 iniciativas com impacto social na Baixada

Instituto Procomum apresenta empreendedores que participaram de processo de formação e abre nova chamada para selecionar mais 20 novas atividades da região

Foto: Juliana de Freitas

O encerramento da “Colaboradora – Empreender e Transformar”, escola de empreendedorismo criativo e impacto social do Instituto Procomum, será em grande estilo, neste sábado (14), a partir das 15 horas. O projeto selecionou 25 empreendedores do setor criativo, através de chamada pública.

“Ao longo de um ano, eles vivenciaram um processo formativo, através de oficinas de gestão de negócios sociais, participação em eventos de empreendedorismo, criatividade, visita a espaços culturais, contato com outros empreendedores, formação de redes e mentorias, oferecido de forma gratuita”, explica Simone Oliveira, bacharel em Produção Cultural, mestre em Cultura e Territorialidades e coordenadora do projeto.

Participaram da iniciativa empreendedores criativos de várias cidades da Baixada Santista, como Bertioga, Guarujá, Santos, São Vicente, Praia Grande e Itanhaém.

“Eles tiveram aulas de administração, gestão financeira, marketing, MVP, impacto social, teoria da mudança, negócio e identidade, inteligência emocional, enfim, conteúdos que abrangessem os desafios de gestão, mas também visando a criação de redes e a ampliação de repertórios”, relembra.

Simone cita alguns exemplos de negócios desenvolvidos pelos participantes. São iniciativas lideradas, em sua maioria, por jovens, que estão gerando impacto social de diferentes formas.

“Temos a produtora audiovisual Tumulto Rec, do empreendedor Andrey Haag, cujo foco é produzir vídeos e filmes de artistas LGBTQIA+ e populações periféricas, com alta qualidade e valor acessível; a Lumimus, da Luciana da Cruz, que produz acessórios de moda a partir de jeans reciclado, visando diminuir o impacto ambiental e conscientizar as pessoas sobre descarte consciente”, ressalta.

“O movimento ELA – Empoderamento, Liberdade e Arte, da Mariany Passos, um projeto idealizado por mulheres, com o objetivo de valorizar o protagonismo feminino na produção cultural; o Simon Fiel, que conduz a Ofreecina, que discute filosofia e história através da formação para criação de rimas (freestyle)”, acrescenta Simone.

“Nosso ponto de partida foi o reconhecimento de que pessoas que fazem parte do que chamamos de populações sub-representadas têm menos oportunidades de acesso ao conhecimento e de adentrar e se estabelecer no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo, essas populações desenvolvem diariamente inúmeras tecnologias de cooperação e inovação cidadã. Essas tecnologias precisam ser consideradas, ao se estruturar um projeto a partir da lógica do comum, que é nossa base”, conta Georgia Haddad Nicolau, diretora do Instituto Procomum.

Foto: Simone Oliveira

Economia criativa

Simone explica o conceito de economia criativa: “É o conjunto de atividades econômicas relacionadas à criação, produção, circulação, difusão, ao consumo e acesso de bens, serviços e conteúdos, que apresentam tanto valor simbólico quanto econômico. Para nós, da Colaboradora, a importância do ecossistema criativo se dá na sua associação ao impacto social gerado a partir dessas atividades simbólicas”, diz.

Instituto Procomum

O Instituto Procomum (IP), na definição de Simone, é uma organização sem fins lucrativos, que “busca agir para reconhecer, fortalecer e proteger os bens comuns, criar novos arranjos comunitários e evitar que ocorram processos de cercamento pela ação privada e/ou estatal”.

“Quando falamos em comum, estamos nos referindo às comunidades que governam a si mesmas para gerir e usufruir coletivamente de bens naturais (água, terra, florestas, ar), intelectuais (conhecimento, língua, cultura popular), urbanos (ruas, praças e parques), rurais (pastos, roças e aldeias) ou digitais (internet)”, afirma.

A sede do Instituto abriga o Lab Procomum, um laboratório aberto a criadores, fazedores e curiosos, que queiram testar protótipos ou desenvolver projetos de impacto social.

Formatura

O evento deste sábado, como ressalta Simone, será uma celebração do percurso do grupo. “Além disso, vamos refletir sobre a economia criativa de forma inclusiva e potente da região. Não será apenas uma formatura, mas um encontro de pessoas e instituições da Baixada Criativa. Começamos à tarde, com uma apresentação do grupo Quiloa, teremos um pitch dos empreendedores e contaremos, ainda, com uma roda de experiências e apresentações musicais, poesia e performance”.

Na ocasião, também será anunciado o lançamento da chamada pública da segunda edição da Colaboradora, que vai selecionar 20 novos empreendedores e empreendedoras para participarem do projeto.

O evento, gratuito e aberto ao público, será realizado na sede do Lab Procomum, à Rua Sete de Setembro, 52, em Santos.

O projeto Colaboradora – Empreender e Transformar é realizado pelo Instituto Procomum, com patrocínio do British Council, pelo programa “Developing Inclusive and Creative Economies” (Dice), e tem como parceiros a Fundação Porticus, a Fundação Ford e a Secretaria de Estado da Cultura, por meio do seu Programa de Ação Cultural. 

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