O litoral de São Paulo será atingido pelo La Niña, que resfria a superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental. A chegada do fenômeno ao Brasil e, consequentemente, à Baixada Santista, está prevista para agosto, afetando a temperatura e os padrões de chuva.
“O resfriamento favorece a intensificação da chuva, principalmente no Norte e no Nordeste brasileiro. Na faixa Centro-Oeste e Sudeste, a gente não tem uma anomalia muito correta. Já teve anos mais chuvosos, anos menos chuvosos”, explicou o meteorologista Guilherme Borges, em entrevista ao UOL.
“Não existe uma exatidão em questão dos efeitos, isso é modulado de acordo com a evolução do La Niña. Na faixa mais ao Sul, ele tem um impacto de causar mais seca”, destacou.
A última temporada do La Niña se estendeu por três anos, durando de 2020 até meados de 2023. O fenômeno causou intensificação dos seus efeitos.
“Essa sequência seguida de três fenômenos, onde essas características de mais seca na região Sul do Brasil, foram muito mais marcadas. Assim como mais chuva na região Norte e Nordeste de maneira bem abundante, bem significativa”, afirmou Borges.
Resfriamento gradativo
“Quando ocorre essa transição no Pacífico, a atmosfera demora a entender essa resposta. A gente já está vendo um cenário de resfriamento gradativo, mas os efeitos do fenômeno são esperados mais para o final do ano”, ressaltou o meteorologista.
Vale destacar que o La Niña é um evento climático oposto ao El Niño, que é marcado pelo aquecimento anormal das águas do oceano. A ocorrência dos dois provoca mudanças significativas nos padrões de precipitação e temperatura em todo o mundo.