O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, está pronto para conversar pessoalmente com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, segundo o vice-chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, Igor Zhovkya.
Porém, Zhovkya declarou à CNN que Zelensky “não se comprometerá à posição russa durante as negociações”.
O vice-chefe do gabinete presidencial da Ucrânia também afirmou que o encontro entre os ministros das relações exteriores da Ucrânia e da Rússia foi bom, mas que a decisão final sobre qualquer coisa cabe ao presidente russo Vladimir Putin.
“É uma coisa muito boa que eles se encontraram, mas infelizmente podemos dizer que o ministro das Relações Exteriores da Rússia não é quem toma a decisão final. A decisão final de parar a guerra, fazer um cessar-fogo, retirar as tropas é tomada por apenas uma pessoa”, disse Zhovkya, se referindo a Putin.
Zhovkya também destacou que Zelensky, apesar de estar pronto para uma solução diplomática, ainda não teve notícias do presidente russo pessoalmente ou de seus assessores.
“A última coisa que ouvi dele foi que ainda temos que trabalhar sob o formato de duas delegações mantido sob custódia pelas forças russas”, disse Zhovkya.
Neutralidade em relação à Otan
O vice-chefe do gabinete presidencial ucraniano também revelou que o governo está aberto “à neutralidade se o bloco da Otan não estiver pronto por enquanto para acertar com a Ucrânia”.
“Mas, ao mesmo tempo, precisamos de garantias de segurança rígida para a Ucrânia para que essas guerras terríveis, essa agressão terrível, não se repitam no futuro”, disse Zhovkya.
Ele também disse que a Ucrânia deseja trabalhar com a Rússia e com os outros países vizinhos na constituição de um “sistema de segurança renovado da Europa”.
“O meu país, o povo ucraniano, merece fazer parte da família europeia… A Ucrânia está a lutar pela segurança de toda a Europa. Então, quando o presidente [da França] Emmanuel Macron fala sobre uma possível segurança europeia, como ele pode falar sem ter o presidente Zelensky à mesa? Sem ter o presidente Zelensky e a Ucrânia na União Europeia”, disse.