Por Henrique Rodrigues
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, tomou uma medida extrema e inédita nesta segunda-feira (14) para tentar pôr fim ao caos criado por caminhoneiros e outros cidadãos negacionistas que têm paralisado o país e infernizado a vida nacional nas últimas semanas. Ele acionou a Lei de Emergência (Emergency Act), uma medida excepcional prevista no ordenamento jurídico canadense que dá maiores poderes ao Executivo do país e permite que o governo central, por exemplo, requisite bens, serviços e pessoas, além de vetar a presença das pessoas em determinados locais e proibir reuniões.
Trudeau teve a preocupação de deixar claro que a Lei de Emergência terá validade de tempo estipulada e será aplicada apenas em determinados locais específicos, não havendo qualquer possibilidade de que o “regime de exceção” se estenda e comprometa a democracia do Canadá. O premiê também confirmou que não utilizará os militares na empreitada, o que é permitido pelo dispositivo.
A situação no Canadá saiu do controle depois que um grupo de caminhoneiros antivacina passou a realizar ininterruptos atos de bloqueio na região raiana com os EUA e a perturbar a ordem na capital Ottawa, além de se manifestarem em menor número nas cidades de Toronto, Winnipeg e Quebec.
Eles incialmente reclamavam da exigência de passaporte de vacinação para cruzar a fronteira com os EUA, o que segundo os negacionistas atrapalha o trabalho e prejudica o país. A iniciativa acabou fazendo com que outros simpatizantes do movimento radical aderissem à pauta e importunassem a tranquilidade cotidiana da nação da América do Norte.