Por Luisa Fragão, da Revista Fórum
O piloto britânico Lewis Hamilton, considerado o maior campeão da história da Fórmula 1, afirmou em entrevista ao The Guardian que ainda está traumatizado com o assassinato de Goerge Floyd nos Estados Unidos. Para ele, a cena trouxe à tona muitas emoções reprimidas.
“Assistir George por aqueles oito minutos e 30 segundos, como para tantas pessoas, trouxe tanta emoção que eu nem percebi que havia obstruído e reprimido ao longo do tempo”, afirmou ao jornal.
Ele diz, no entanto, que a morte do homem negro lhe impulsionou na luta antirracista. “Competir e ganhar campeonatos é uma coisa ótima, mas o que isso realmente significa? Não significa nada, a menos que você possa ajudar a empurrar para a mudança. Não posso ficar em silêncio durante este tempo. Decidi que devo usar esta plataforma. Há tantas pessoas por aí que estão lutando e tantos que passaram pela minha experiência, ou pior”, afirma o piloto.
“Não ser racista não é suficiente. Você tem que ser antirracista. Você tem que ser contra o racismo e apoiar esses movimentos”, acrescenta.
Racismo na F1
O piloto também comentou sobre o racismo na Fórmula 1, esporte dominada por pessoas brancas. Ele afirma que, como homem negro, é obrigado a ter cautela com tudo o que diz.
“Eu estou em um esporte dominado pelos brancos e, como você sabe, você tem que ter muito, muito cuidado com a forma como você aborda isso, o que você diz, porque as pessoas vão virar suas palavras contra você na maioria das vezes”, explica.
Há meses Hamilton vem demonstrando abertamente seu apoio à luta contra o racismo e a movimentos como o Black Lives Matter. Desde o assassinato de Floyd, Hamilton costuma se ajoelhar no chão após as corridas com um dos braços erguidos e punho cerrado, símbolo da luta antirracista.