No momento em que o ex-policial Derek Chauvin é julgado pelo assassinato de George Floyd, asfixiado diante de câmeras em maio do ano passado, mais um negro é morto pela polícia na cidade de Brooklyn Center, a 15 quilómetros de Mineápolis (Minesota), nos Estados Unidos. O jovem Daunte Wright, de 20 anos, foi morto no último domingo (11) ao ser parado quando dirigia seu carro pela polícia. Desde domingo, uma nova onda de protestos teve início no país. Nesta segunda-feira (12) foi a segunda noite de manifestações antirracistas e por justiça na cidade.
Na noite de domingo o prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, decretou toque de recolher para tentar conter os protestos. Mas centenas de pessoas foram ontem até o local onde Wright foi morto, em Brooklyn Center, para fazer uma vigília e 40 pessoas foram presas pela polícia por “violarem o toque de recolher”.
A policial que matou Daunte Wright é branca e se chama Kim Potter. Ela está há 26 anos na polícia e alega que pretendia atirar com sua arma Taser (não letal), mas que se confundiu e atirou com sua pistola. “Kim Potter sabia exatamente o que estava fazendo. Suas ações foram claramente intencionais”, disse, no Twitter, o advogado e ativista de direitos humanos Ben Crump. “Estou em Minneapolis hoje para exigir justiça para Daunte Wright e George Floyd.”
Wright foi parado pela polícia no domingo após cometer uma infração de trânsito. Segundo sua mãe, Katie Wright, ele levava um purificador de ar pendurado no retrovisor, o que seria proibido. Ela conta que ele telefonou para quando foi parado, e ela ouviu os policiais dizendo ao seu filho que soltasse o telefone. Após ligar novamente, a namorada do filho atendeu e disse que ele havia sido morto pela polícia. “Um minuto depois, voltei a telefonar e a namorada dele atendeu – ela ia no lugar do passageiro – e disse que ele tinha sido morto. Virou o telefone para o lugar do condutor e vi o meu filho sem vida.”
O presidente dos EUA, Joe Biden, se manifestou sobre o caso: “É realmente uma coisa trágica o que aconteceu, mas acho que temos que esperar e ver o que a investigação mostrará”, disse Biden a repórteres na Casa Branca. “Enquanto isso, quero deixar claro novamente: não há absolutamente nenhuma justificativa –nenhuma– para saques, nenhuma justificativa para a violência. Protestos pacíficos, compreensíveis.”