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Coligação chavista vence eleições parlamentares na Venezuela e terá maioria na Assembleia

Maduro diz que vitória representa "uma mudança de ciclo, de trabalho e recuperação". Ministro Ernesto Araújo chamou o resultado de "farsa eleitoral" e associou o governo venezuelano à ditadura

Foto: Reprodução/Twitter

Por Luisa Fragão, da Revista Fórum

Com 82,35% das urnas apuradas, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) divulgou nesta madrugada os primeiros resultados das eleições legislativas, que ocorreram neste domingo (6).

O Grande Polo Patriótico Simón Bolívar, chapa governista, venceu as eleições parlamentares. Com isso, terá maioria na Assembleia Nacional. Já a Aliança Democrática, chapa de oposição, ficou em segundo lugar com 17,95% dos votos.

A Venezuela Unida, também de direita, recebeu 4,19%, enquanto a Aliança Popular Revolucionária (APR), promovida pelo Partido Comunista da Venezuela (PCV), obteve 2,73% do total da apuração. 

A eleição contou com a participação de 31% do eleitorado, número maior do que havia sido projetado em pesquisas de boca de urna. Esperava-se que apenas 23% dos eleitores fossem às urnas no domingo, segundo estudo da empresa Consultores 2020.

Celebração

O resultado prévio do pleito foi celebrado pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro. “Felicito o GPP [Grande Polo Patriótico] e os homens e mulheres da UBCH [Unidades de Batalla Hugo Chávez] porque, vencidas as dificuldades do bloqueio e da pandemia, saíram para votar. Vencemos com votos, derrotamos a oposição maligna e podemos dizer que se aproxima uma mudança de ciclo, positiva, virtuosa, de trabalho e recuperação”, escreveu no Twitter.

Já o ministro de Relações Exteriores brasileiro, Ernesto Araújo, chamou as eleições de “fraude eleitoral” e acusou o governo venezuelano de promover a ditadura e o crime organizado.

“O regime de Maduro promoveu hoje ‘eleições parlamentares’ na Venezuela para tentar legitimar-se. Só se legitimará aos olhos daqueles que apreciam ou toleram a ditadura e o crime organizado, o grande complexo criminoso-político do Foro de São Paulo ou ‘Socialismo do Século XXI’”, escreveu na rede social.

“O resultado de qualquer ‘legitimação’ de Maduro: mais opressão e fome para os venezuelanos, mais força para o crime em toda a região. Porém o povo venezuelano rejeitou a farsa eleitoral. Com baixíssima participação, mostrou que as eleições legislativas não representam sua vontade”, completou.

Os eleitores do país sul-americano foram às urnas neste domingo com o objetivo de eleger 277 parlamentares para os próximos cinco anos. O tribunal eleitoral local, após um acordo estabelecido entre governo e oposição, aumentou em 66% o número de cadeiras – antes eram 167 deputados eleitos.

Na última eleição legislativa do país, em 2015, a oposição ao chavismo elegeu maioria e passou a controlar o parlamento. Com os resultados do pleito deste ano, deputados do PSUV voltarão a ter o controle do legislativo, retirando assim os últimos poderes do principal líder opositor, Juan Guaidó, que é o atual presidente da Assembleia Nacional.

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