Início Notícias

Idosa de 87 anos é condenada pelo TJ-SP a pagar R$ 20 mil em multas por neta “antissocial”

Uma decisão judicial levanta debates sobre responsabilidade em casos de infrações cometidas por terceiros em propriedades

Reclamações de moradores sobre família que vivia em imóvel de idosa em PG - Foto: Reprodução

Uma sentença polêmica do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) tem gerado controvérsias na Baixada Santista. Uma idosa de 87 anos foi condenada a pagar R$ 20 mil em multas condominiais devido a infrações cometidas por sua neta. A decisão foi mantida em 2ª instância pelo TJ-SP.

Segundo informações obtidas pelo G1, a idosa, residente no Condomínio Ilhas de Marambaia e Jaguanum, localizado no bairro Guilhermina, em Praia Grande, teve que arcar com as multas devido ao comportamento “antissocial” de sua neta, que ocupou o apartamento por oito anos.

As infrações incluíam pendurar roupas no corredor do prédio, bem como permitir que seus filhos brincassem na garagem, ocasionando danos a veículos estacionados no local. Estes comportamentos desrespeitavam as normas do condomínio e foram motivo de inúmeras reclamações dos demais moradores, que foram registradas em um livro de ocorrências.

Embora a defesa da proprietária tenha recorrido da decisão, tanto em primeira quanto em segunda instâncias, o condomínio saiu vitorioso em ambas as ocasiões. O valor das multas, totalizando R$ 20.193,50 com correções e juros, refere-se a penalidades aplicadas entre 2016 e 2017.

O que diz o relator

O relator e desembargador Paulo Alonso, ao negar o recurso apresentado pela defesa, destacou que o descumprimento das normas condominiais foi comprovado e que tais comportamentos antissociais não podem ser tolerados. “Não se pode perder de vista que as infrações atribuídas à ré derivam de comportamento antissocial, que não admite complacência, especialmente no âmbito de condomínios residenciais”, afirmou.

A decisão tem levantado debates sobre a responsabilidade dos proprietários em casos de infrações cometidas por terceiros que residam em suas propriedades. Enquanto isso, a defesa da idosa informou que a questão está sob o crivo do Judiciário e que os argumentos serão apresentados no processo, ressaltando que não foram intimados recentemente.

Sair da versão mobile