O Sindicato dos Bancários de Santos e Região denuncia o banco Santander de afronta à legislação brasileira. Sob o pretexto de uma campanha denominada “Desendivida Santander”, o novo presidente da instituição no Brasil, Mario Leão, enviou mensagem aos funcionários convocando para trabalharem neste sábado (22).
Segundo a entidade, se trata de uma nova tentativa de desrespeitar o direito dos bancários do descanso aos finais de semana e feriados, como diz a Lei 7.430 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), artigo 224.
“O Santander, um banco espanhol, sob a máscara de ajudar a solucionar dívidas dos clientes, pretende trazer o público para que consumam mais produtos do banco, como seguros, cartões, abrir contas correntes, Santander Pass e muitos outros, que ajudam a endividar as pessoas, como mostra uma mensagem para os funcionários”, diz Fabiano Couto, diretor do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e funcionário do banco.
Além das questões legais, a entidade aponta que o banco visa “explorar seus funcionários em plena pandemia, explosão de casos de Covid e gripe Influenza sem pagar horas extras em pleno sábado, um dia de folga do trabalhador bancário. Sem nenhuma preocupação social, o Santander demitiu milhares na pandemia”.
Em seu texto, Mario Leão classifica o Santander “como a Melhor Empresa de Consumo Vende e Atende a Qualquer Hora”.
Ainda de acordo com o sindicato, na Espanha, país sede do banco, os funcionários não trabalham mais aos sábados. “Os trabalhadores e o movimento sindical lutaram por anos e conseguiram garantir a folga aos sábados. No Brasil, a ideia vai na contramão da legislação, que assegura o descanso aos sábados para a categoria bancária desde a década de 1960”.
“Todo e qualquer trabalho bancário deve ser aplicado durante o horário de expediente, não no momento que deveria ser de descanso, respeitando a jornada, a CCT da categoria e a própria legislação trabalhista – o artigo 224 da CLT é claro ao excetuar o sábado da jornada de trabalho bancário”, afirma Fabiano Couto.
“O Santander quer sobrecarregar ainda mais o bancário”, diz presidente do sindicato em Santos e Região
“Como se não bastassem as cobranças de metas abusivas, assédio moral, falta de funcionários, acúmulo de funções e empurrar os clientes para o autoatendimento, o Santander quer sobrecarregar ainda mais o bancário, instituindo de forma unilateral a abertura de agências aos sábados. O que o banco deveria fazer se tivesse preocupação social na pandemia e depois dela também é reduzir o horário de atendimento, colocar seus funcionários em home office, contratar mais bancários e não terceirizá-los para diminuir salários e direitos”, aponta Eneida Koury, presidente do sindicato.
“Vou deixar claro que o nosso sindicato não foi notificado em tempo algum sobre esse tipo de trabalho aos sábados. Somos historicamente contrários ao abocanhamento de direitos que o Santander tenta fazer ao longo desses últimos anos, com apoio de parte dos políticos e do governo federal. Estaremos sempre na defesa dos trabalhadores, principalmente da nossa categoria”, acrescenta Fabiano.