As denúncias de racismo durante as gravações da novela “Nos Tempos do Imperador“, da Rede Globo, serão investigadas pelo Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ). Oito pessoas, entre diretores e outros integrantes da produção da trama, já foram intimadas para colher seus depoimentos.
A investigação, que deve abranger o comando do núcleo de dramaturgia da Globo, já começou. Roberta Rodrigues, atriz e uma das autoras da denúncia, foi ouvida nesta terça-feira (12).
Isonomia salarial
Também serão investigadas pelo MPT queixas de que atores brancos receberiam mais pelos mesmos trabalhos desempenhados por seus pares negros. Uma atriz negra, que tem décadas de carreira, afirma ter sido remunerada com valores inferiores aos recebidos por atrizes brancas que eram iniciantes e tiveram poucas participações na novela.
A Globo afirmou em nota que desconhece a investigação e que não tolera preconceito racial. “A fim de manter seu ambiente corporativo livre de discriminação, a empresa conta com um sistema de compliance atuante, com treinamentos de conscientização frequentes de seus colaboradores e um código de ética que proíbe a discriminação e pune severamente as violações apuradas”, afirma.
Diretor demitido
Em março, assim que a novela terminou, Vinicius Coimbra, diretor artístico de “Nos Tempos do Imperador”, acusado de racismo por três atrizes, foi demitido pela TV Globo.
Davi Tangerino, o advogado de Coimbra, confirmou a demissão, mas afirmou que seu cliente estava sendo desligado da empresa sob o argumento de que praticou assédio moral.
Com informações da Folha