Os problemas enfrentados pelo programa Consultório na Rua, que atende à saúde da população em situação de rua em Santos, serão abordados em audiência pública.
O encontro terá a participação de representantes do Poder Legislativo, das Secretarias de Saúde e de Desenvolvimento Social e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Está prevista, também, a presença do padre Julio Lancellotti, vigário episcopal para a população de rua da Arquidiocese de São Paulo.
A audiência foi marcada pela vereadora Telma de Souza (PT), ex-prefeita de Santos. Segundo a parlamentar, o Consultório na Rua passa por dificuldades de infraestrutura e pessoal há mais de um ano. “É um serviço muito importante para essa parcela da população que, por motivos óbvios, tem vulnerabilidade muito alta”, ressaltou a vereadora.
O evento será nesta quarta-feira (8), às 15 horas, no Auditório Zeny de Sá Goulart, da Câmara Municipal de Santos, à Praça Ten. Mauro Batista de Miranda, 1, Vila Nova.
Foi por meio de um convênio entre a Unifesp e a Secretaria de Saúde do município, com recursos da Organização Mundial da Saúde (OMS), que o Consultório na Rua foi implementado em Santos há três anos.
Além de servidores municipais, atuam no programa universitários e coordenadores de quatro cursos da Unifesp, dentro do Programa de Educação pelo Trabalho.
A principal dificuldade do Consultório na Rua, atualmente, é a infraestrutura. O único veículo adaptado para atender à população em situação de rua está fora de operação desde dezembro do ano passado.
Pontos sensíveis ficam sem atendimento
Por causa da falta mobilidade, pontos sensíveis de concentração de moradores de rua da cidade têm ficado sem atendimento, como no bairro José Menino, onde é grande o número de dependentes químicos.
As equipes do programa têm utilizado a estrutura da Unidade de Saúde do Porto, região que concentra a maior parcela de moradores em situação de rua de Santos, que seria de cerca de mil pessoas, segundo censo da Unifesp de 2019.
Outra dificuldade que deve ser abordada durante a audiência é o acolhimento desse segmento pelos serviços de Saúde municipais. Pessoas encaminhadas pelo Consultório na Rua encontram enorme dificuldade de atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que é universal.