Movimento negro de Santos realiza ato de justiça por Moïse Kabagambe

O jovem congolês foi brutalmente assassinado no Rio de Janeiro

O Movimento Negro Unificado da Baixada Santista (MNU) realiza na manhã deste sábado (5) manifestação por justiça por Moïse Kabagambe, que foi brutalmente assassinado no Rio de Janeiro.

A concentração da manifestação será em frente à Igreja Santo Antônio do Embaré, em Santos, a partir das 10h.

Em comunicado, o MNU da Baixada Santista afirma que “além de manifestar o racismo estrutural na sociedade brasileira e a xenofobia, esse ato coloca de forma evidente o atual patamar da luta de classes no Brasil”.

Também declara que “a sociedade brasileira respira um cotidiano de barbárie e devemos nos colocar em luta e solidários aos familiares de Moïse e tomarmos as ruas por justiça”.

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Caso Moïse: “Peças são vazadas para tentar incriminar congolês”, diz advogado

Quem é o dono do quiosque Tropicália? A Polícia Militar está envolvida ou não no assassinato? Por que a corporação não fornece cópias do inquérito à família do congolês? Muitas perguntas ainda rondam a morte brutal de Moïse Mugenyi Kabamgabe, espancado após cobrar uma dívida de trabalho no Rio de Janeiro.

Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB-RJ, Álvaro Quintão, advogado da família de Moïse, cobra para que esses e muitos outros pontos sejam esclarecidos. Em entrevista à Revista Fórum, Quintão diz estar “muito preocupado” com a condução da investigação e a tentativa de incriminar e manchar a imagem do congolês.

Segundo ele, enquanto a polícia nega o acesso do advogado e da família ao inquérito, peças selecionadas estão sendo vazadas para a imprensa, com o objetivo de colocar o imigrante como responsável pelas agressões. Em depoimentos à corporação, os responsáveis pela morte do congolês têm dito que ele estava “bêbado”, “agressivo” e até mesmo que teria praticado roubos na região.

“Os autores desse crime bárbaro estão tentando jogar sobre o Moïse uma responsabilidade pelo início de uma situação, como se isso justificasse. Estão tentando construir uma narrativa para que possam se inocentar ou diminuir a gravidade dos atos. Não existe nada desde 2019, quando Moïse começou a trabalhar para esse quiosque, que possa afirmar que fosse uma pessoa agressiva ou qualquer tipo de problema”, afirma Quintão.

Serviço:

Ato unificado justiça por Moïse Kabagambe

Quando: sábado (5), às 10h

Concentração em frente à Igreja Santo Antônio do Embaré

Jornalista (USJ), mestre em Comunicação e Semiótica (PUC-SP) e doutor em Ciências Socais (PUC-SP). Professor convidado do Cogeae/PUC e pesquisador do Núcleo Inanna de Pesquisas sobre Sexualidades, Feminismos, Gêneros e Diferenças (NIP-PUC-SP). É autor do livro “A construção da heternormatividade em personagens gays na televenovela” (Novas Edições Acadêmicas) e um dos autores de “O rosa, o azul e as mil cores do arco-íris: Gêneros, corpos e sexualidades na formação docente” (AnnaBlume).
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