Por Revista Fórum
A fuga de 563 detentos no dia 16 de março do Centro de Progressão de Pena (CPP) de Mongaguá, litoral de São Paulo, fez as autoridades penitenciárias punirem os presos com racionamento de comida, água e de higiene, segundo carta enviada por um detento a familiares.
Segundo reportagem do G1, que teve acesso à mensagem, os presos estão “apenas sobrevivendo” em um cenário com pessoas “fracas, sem atendimento necessário e sem medicações, alguns com tuberculose, sarna humana, febres e resfriados que nunca se curam”.
“Por mais uma vez tentamos chegar até você aí do lado de fora destes muros e grades aonde nos encontramos presos, desinformados, sitiados, oprimidos e até mesmo esquecidos, para tentar informar-lhes e pedir socorro”, diz o início da carta.
Segundo o detento, os banheiros estão em uma situação “insuportável para qualquer ser humano”. “Vasos totalmente quebrados e entupidos […]. Como a água é racionada, temos que guardar em garrafas para usar no decorrer do dia”, relata.
A comida também está em falta, principalmente em razão da proibição da chegada de mantimentos e materiais de higiene levados por familiares. “Nosso almoço ao meio dia não chega a 350 gramas e, à tarde, às 16h, a mesma coisa. Após isto, vamos comer apenas no outro dia Às 5h””, detalha.
“Todos aqui sabem que cometeram algum tipo de crime contra a sociedade, e não negamos isto, tanto que estamos aqui pagando pelos nossos erros”, diz ainda.