Depois de protestos de donos de bares e restaurantes, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta segunda-feira (1º) que poderá relaxar a quarentena no estado a partir do próximo final de semana. Se a queda de casos, mortes e internações por Covid-19 se confirmar, o tucano disse que pode suspender o fechamento de bares e restaurantes no final de semana.
O anúncio foi feito em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Foi anunciado que houve estabilidade de novos casos e mortes e queda de 8% em novas internações na última semana.
A secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen, afirmou que a redução mostra que houve efeito nas “medidas complementares” da quarentena. Isso inclui manter o estado todo em fase vermelha, quando somente serviços essenciais podem funcionar, após as 20h durante a semana e em dois finais de semana, o passado e o próximo.
A secretária afirmou que, se essa queda de internações se confirmar até a próxima quarta-feira (3), as medidas complementares serão suspensas para o próximo final de semana.
Donos de bares e restaurantes reclamaram intensamente de tais medidas, alegando que seu maior movimento se dá nas noites e nos finais de semana.
Estocada em Bauru
Segundo Patricia, das 17 regiões em que o estado é dividido, houve estabilidade ou leve melhora no quadro de casos, óbitos e internações em 13. Em outras três, Grande São Paulo, Baixada Santista e Barretos, apresentaram melhora mais significativa.
Mas ela destacou que, na região de Bauru, houve piora, com ocupação de 89% nos leitos. Na cidade, a prefeita Suéllen Rosim (Patriota) fez um decreto liberando atividades que haviam sido vetadas pela reclassificação do governo estadual. A região ficou em fase vermelha.
“Um caso muito triste na região de Bauru”, afirmou Patricia, chamando de “custo irresponsabilidade gestores públicos”.
Na semana passada, Suéllen teve um encontro com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em Brasília. Ele é opositor de Doria nas medidas de enfrentamento ao novo coronavírus e contrário a quarentenas.
CoronaVac
Na entrevista coletiva, também foi anunciado que uma nova carga de 5,6 mil litros de insumos para fabricar a CoronaVac foi liberado na China. Ela deve chegar ao país no dia 10 de fevereiro.
Na próxima quarta-feira (3), o Instituto Butantan aguarda a chegada de um lote de 5,4 mil litros do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) enviado pela SInovac, farmacêutica chinesa que desenvolveu o imunizante.
Com os dois lotes, o diretor-presidente do instituto, Dimas Covas, disse que o Butantan poderá fabricar um total de 17,3 milhões de doses da vacina contra a Covid-19. E que essa produção começará a ser liberada a partir de 25 de fevereiro para uso. Segundo Covas, o lote de vacinas a serem produzidas com essas duas cargas de IFA deve ser entregue até o final da primeira quinzena de março.