Um vídeo publicado pela médica infectologista Elisabeth Dotti Consolo, que atua no combate ao coronavírus na Baixada Santista, viralizou nas redes sociais. Intitulado “Desabafo de uma infectologista”, a mensagem da profissional aponta a gravidade da doença e o desrespeito ao isolamento social.
Ela explica que resolveu divulgar o vídeo “como forme de desabafo e esclarecimento”. “Direciono ele à turma do ‘Ah, não é tudo isso!’, ‘Ah, existem remédios que…’, ‘Ah, ano passado as mortes…’. Chega de falarem tantas bobagens. Chega de desinformação. Minhas falas são e sempre serão como médica”.
No vídeo, ela conta a própria experiência no atendimento de pacientes com Covid-19.
“Hoje, eu dei muitos resultados positivos. Conversei com muita gente e todos eles foram muito tristes. Você chegar para uma pessoa e dizer pra ela: ‘Seu teste está positivo, você está com Covid’ é uma coisa tão triste e tão trágica. A reação é a mesma. A pessoa olha pra você, o olho vai enchendo e ela chora”, diz.
“Não é uma invenção da mídia. É uma coisa séria, uma coisa grave”, relata. Em outro trecho, ela relembra o argumento de algumas pessoas que não levam a sério a doença: “’Vamos todo mundo pegar, pois assim fica fácil e ninguém mais tem’. Tem certeza mesmo? É legal todo mundo pegar? E entre esses todos que pegaram, os que vão morrer, pode ser alguém da sua família? Fica tudo bem assim?”, questiona Elisabeth.
Em seguida, a médica menciona as pessoas que não respeitam o isolamento social. “Esse povo que resolve fazer corridinha na praia, curtir o sol no jardim, legal. O cara está sem máscara, com a máscara no queixo, desafiando tudo que está sendo explicado e graças a ele, que resolveu passear e esparramar o vírus por aí, pois a gente não sabe se ele é um assintomático portador, você que tem seu comércio fica em casa, a gente que é médica fica no hospital, esperando mais casos novos”, ressalta.
“Egoistinha”
“Então, o egoistinha que resolve fazer sua corridinha de final de semana sem máscara ou com a máscara no queixo, tem todos os direitos, pode fazer o que ele quer, e a gente é obrigado a ficar trancada em casa”, acrescenta a infectologista.
Elisabeth ressalta, ainda, que “é feio levar o campo da doença para a política. A gente está exausta disso. Eu não quero dar o diagnóstico de morte, como já tive que dar vários. Isso é muito triste. Por favor, vamos levar essa doença a sério. Vamos nos isolar o máximo que a gente puder”.
Assista ao vídeo: