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Santos será uma das primeiras cidades a adotar terapia com plasma para pacientes com Covid

O tratamento, resultado de estudo do Butantan, será ministrado em novo ambulatório para acompanhar a evolução do quadro clínico de pacientes, que não necessitam de internação

Foto: Arquivo/PMS

Santos e Araraquara serão os primeiros municípios do estado de São Paulo a utilizar a terapia com plasma para tratar pacientes que estejam nos primeiros dias da Covid-19 e que apresentem sintomas iniciais. O tratamento é resultado de um estudo realizado pelo Instituto Butantan.

O objetivo é evitar que as pessoas que tenham contraído o vírus, e sejam suscetíveis a quadros mais perigosos, venham a desenvolver problemas graves e, com isso, necessitem de internação.

O anúncio foi feito nesta sexta-feira (26), no Palácio dos Bandeirantes, na capital. A coletiva contou com a presença dos prefeitos de Santos, Rogério Santos (PSDB), e de Araraquara, Edinho Silva (PT).

A prefeitura de Santos vai colocar em funcionamento um novo ambulatório para acompanhar a evolução do quadro clínico de pacientes de Covid, que não necessitam de internação. Trata-se do Serviço de Atendimento Especializado, à Rua da Constituição, 556, Vila Mathias.

A novidade será o tratamento com plasma (parte do sangue sem os glóbulos vermelhos), obtido de voluntários que já tiveram a doença e, que, portanto, contêm anticorpos neutralizadores ao coronavírus. A terapia será oferecida mediante critérios clínicos.

Desenvolvida pelo Instituto Butantan, a estratégia terapêutica será aplicada em moradores de Santos, a partir de uma parceria firmada com o laboratório. Vinte bolsas de plasma convalescente congelado já foram enviadas ao município. Em um segundo momento, a captação do sangue de voluntários e o processamento para a separação do plasma serão realizados na cidade.

O plasma é indicado para pacientes que apresentam sintomas de Covid-19, preferencialmente há 72 horas, e que tenham diagnóstico confirmado por exames. O público-alvo da terapia são os imunossuprimidos, idosos e pacientes com comorbidades, ou seja, pessoas com chances maiores de desenvolver complicações pela doença.

Anticorpos

“O objetivo do plasma é transferir ao paciente anticorpos de maneira passiva até que o organismo afetado tenha tempo de reagir e montar a sua resposta imune”, revela Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.

“Vamos iniciar o trabalho neste projeto-piloto, com o apoio do Butantan, fazendo a infusão do plasma com anticorpos para Covid como forma de fortalecer o sistema imunológico dos pacientes. A próxima etapa será a implantação da nossa rede para captar o plasma na própria cidade e ampliar o atendimento para quem precisa na região”, conta o prefeito de Santos.

“Daremos especial atenção àquele perfil de paciente que, como mostram os estudos científicos, têm mais chance de desenvolver complicações quando acometidos pela Covid-19. Nosso intuito é evitar, ao máximo, que este paciente necessite de internação, desafogando, assim, a nossa rede hospitalar que já se encontra em estado crítico de ocupação”, avalia Adriano Catapreta, secretário de Saúde de Santos.

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