Em entrevista ao Fórum Onze e Meia, o infectologista Marcos Caseiro fez um alerta para as aglomerações de fim de ano, que estão resultando em uma alta “absurda”, segundo ele, de casos da variante Ômicron do coronavírus. “Nós teremos um começo de ano complicado. Os casos estão aumentando absurdamente”, disse.
“O que podemos falar sobre a Ômicron: vai pegar a partir de janeiro, nós vamos ter absurdamente muitos casos, nós vamos lotar os prontos-socorros. Eu estou afirmando, não estou relativizando, isso vai acontecer”, emendou o médico.
Segundo ele, o cenário no Brasil é muito semelhante ao que ocorre na Europa, na Inglaterra.
“O que tem chamado a atenção, mesmo em pessoas vacinadas ou que já tiveram a Covid, os anticorpos caem. Você tem a doença, a sua defesa contra o vírus sobe e vai caindo a partir do terceiro, quarto mês. Por isso é necessário a terceira dose”, disse.
Citando o número de pessoas esperadas a passagem de fim de ano no litoral paulista – 3 milhões em Santos e 1 milhão em Praia Grande -, Caseiro alerta para o boom de casos da doença que deve ocorrer.
O médico afirmou que a mortandade da variante é menor, com cerca de 90% dos óbitos sendo de pessoas que não se vacinaram. No entanto, o que chama a atenção é o alto potencial de contaminação do ômicron.
Mortalidade não acompanha número de casos
“O que também está chamando a atenção é que a mortalidade não está acompanhando o número de casos. É uma doença que dá um quadro febril importante – as pessoas chegam a ficar com febre por 7, 8 dias – dor de garganta e um enorme cansaço, de ficar na cama três ou quatro dias. Muitos pesquisadores acham que essa ômicron é uma mutação que acontece com os coronavírus, que se dissemina muito rápido. Você pegava o SarsCov2 no início da pandemia, um infectado infectava 2 ou 2,7, 3. Essa variante ômicron chega a contaminar 16. É altamente infectante, mas não tão patogênico”.
O médico alerta ainda para a disseminação da doença, que no momento atinge mais jovens, para pessoas mais idosas e grupos de risco.
“Esses casos estão sendo em jovens. Nós precisamos ver o que vai acontecer quando infectar indivíduos mais idosos. Aí eu digo: quem foi vacinado ou quem já teve, certamente tem proteção. Esse é o grande recado. E é isso que vai acontecer. O Brasil tá 67% vacinado e isso é um ponto importante”.