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Mortes caem 95% em Serrana (SP) com vacinação em massa, diz estudo do Butantan

Análise inédita realizada pelo laboratório que produz a CoronaVac revelou ainda que casos de internação diminuíram 86% e que redução de sintomáticos foi de 81%

Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Um estudo inédito divulgado ontem (1°) pelo Instituto Butantan mostrou que a vacinação em massa com a CoronaVac realizada na cidade de Serrana, no interior paulista, deu resultados promissores. Segundo os dados da pesquisa, batizada de Projeto S, o número de mortos no município caiu 95%.

Outros indicadores, igualmente importantes para o controle da Covid-19 no país, também foram animadores. Os casos de internação em decorrência da doença despencaram 86%, enquanto o registro de pacientes sintomáticos recuou em 81% dos munícipes.

Segundo a secretária de Saúde de Serrana, Leila Gusmão, embora não seja possível, por razões biológicas, garantir 100% de sucesso com a imunização da população, os índices apresentados na pesquisa são para comemorar.

“A vacinação em massa foi um sucesso, reduzimos o número de casos positivos e o número de óbitos. Sabemos que teremos casos e também óbitos, pois os indivíduos respondem de forma diferente às vacinas em geral. Alguns desenvolvem mais imunidade, outros menos”, contextualizou.

O Projeto S conseguiu vacinar 95,6% dos 28.380 adultos da cidade, que foram divididos em quatro grupos, recebendo cada um deles a vacina numa semana. Após 15 dias da aplicação da segunda dose, os grupos foram sendo considerados imunizados gradativamente.

Redução nas mortes em todo o país

A média móvel de mortes vem caindo no Brasil desde o dia 20 de junho. O último balanço divulgado esta semana indicou que a tendência se mantém. De acordo com especialista da área de infectologia, a mudança no cenário já é resultado da vacinação no país.

“A vacinação com duas doses dos idosos (é a explicação para a queda). A cobertura já está bem elevada nesta faixa, acima dos 60%. Acima dos 70, 80 e 90 ainda é maior. No número de casos, o impacto só vai ser maior com o avanço da vacinação”, disse o pesquisador da Fiocruz Júlio Croda ao portal de notícias G1.

No entanto, os cientistas reiteram que essa redução no número de óbitos não deve ser confundida com o controle da doença. A taxa de circulação do vírus no país segue muito alta, em 1,13, segundo o Imperial College de Londres. Isso significa que 100 pacientes contaminados com o Sars-Cov-2 transmitem o patógeno para até 113 pessoas. A redução da circulação viral só é observada quando esse índice fica abaixo de 1.

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