Início Notícias coronavírus

Caseiro diz que criar leitos não é suficiente: “Se o indivíduo vai para o hospital, a chance de morrer é elevada”

Marcos Caseiro aponta colapso no sistema hospitalar brasileiro, afirma que inúmeras pessoas com dificuldades respiratórias por Covid estão sendo dispensadas por falta de leitos e diz que única solução é "distanciamento social imediatamente"

Reprodução

Em um vídeo que passou a circular nas redes sociais neste final de semana, o infectologista Marcos Caseiro, que atua no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, expôs uma informação impactante: ele chegou a dispensar mais de 40 pacientes com Covid-19, em um único plantão, por falta de leitos.

No mesmo vídeo, Caseiro fez um apelo para que a população siga os protocolos sanitários contra o contágio do vírus e respeite o distanciamento social que, por hora, segundo ele, é a única maneira de frear o avanço da pandemia.

Em entrevista ao Folha Santista, o médico deu mais detalhes sobre a situação catastrófica que vivencia não só sua cidade, Santos, mas todo o país.

“É uma situação caótica. Estamos na maior crise sanitária da história desse país, situação gravíssima. Já estamos sem vagas. Estamos com caos instalado em praticamente todos os prontos-socorros particulares, e isso acontecerá também nas unidades públicas. Nós caminhamos rapidamente para o colapso do sistema”, alertou.

Segundo Caseiro, as novas medidas de restrição decretadas em Santos não vêm sendo respeitadas como deveriam, já que observou forte movimento nas ruas nos últimos dias. “As pessoas não conseguiram entender a gravidade do que estamos vivendo. Já estamos dispensando pessoas com dificuldades respiratórias, com saturação de 86, de 80, porque não tem vaga. E, na verdade, essas pessoas que vão para o tubo morrem”, advertiu.

O infectologista disse, ainda, que “só ter leitos não significa grandes vantagens”, visto que atualmente, “se o indivíduo vai para o hospital, a chance dele morrer é muito elevada”.

“Os dados do nosso país, nessa conta macabra que eles fazem de leito: 36% das pessoas que internam, só de internar, morrem. 58% das que vão para UTI, morrem. E das que são intubadas na UTI, praticamente 80% morrem”, detalhou.

“Isso é um absurdo. O único jeito que a gente tem para não colapsar o sistema é que façamos o o distanciamento social imediatamente”, completou Caseiro, que ainda enviou ao Folha Santista um gráfico que mostra a alta das internações em Santos.

Confira.

Reprodução
Sair da versão mobile