Preço do gás de cozinha comparado ao salário mínimo no Brasil é o maior do século

O presidente Jair Bolsonaro promete liberar R$ 300 milhões em vale gás para famílias cadastrados no Bolsa Família. Valor, no entanto, resultaria em R$ 1,36 ao mês para comprar botijão que passa dos R$ 100 em muitas regiões do país

Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

O preço do botijão de gás, que passa a casa dos R$ 100 em muitas regiões do país, é o maior do século quando relacionado ao salário mínimo, atualmente em R$ 1.192,40.

Dados do monitor de Preços do Observatório Social da Petrobras (OSP), divulgados pelo Valor Econômico, revela que o preço do gás atingiu a maior média mensal real (descontada a inflação) do século em setembro.

O valor médio, de R$ 98,7, corresponde a 9% do salário mínimo. A partir de 2006, durante o governo Lula, a relação caiu para menos de dois dígitos e chegou a 5,7% em 2015.

Após o golpe, em 2016, a relação se manteve sempre acima dos 7% até bater recorde no mês passado.

No caso da gasolina, o preço médio por litro no país, de R$ 6,092, foi o maior, em termos reais, desde fevereiro de 2003.

Enganação

Bolsonaro busca desculpas para justificar a alta no preço do gás, resultado da política de paridade internacional do preço do petróleo adotado pela Petrobras no governo Michel Temer (MDB-SP) e mantida desde então. O atual presidente diz que a estatal brasileira vai destinar R$ 300 milhões para o vale gás, um subsídio para a compra do produto por famílias cadastradas no Bolsa Família.

No entanto, o montante, se distribuídos pelas 14,7 milhões de famílias cadastradas no programa resultaria em um benefício de parco R$ 1,36 por mês.

Com informações do Valor Econômico

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