Dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam que Jair Bolsonaro (PL) e Paulo Guedes perderam o controle da economia. A inflação estourou o limite da meta e chegou aos dois dígitos, fechando 2021 em 10,06%.
O índice, que mede a inflação oficial no país, foi puxado principalmente pelas altas dos combustíveis, com a gasolina acumulando reajuste de 47,49% e o álcool com alta de 62,23% no ano.
Em dezembro, a inflação foi de 0,73%. O acumulado no ano, de 10,06, ficou acima dos 4,52% registrados em 2020 e muito acima do teto da meta para o ano, estimado pelo governo em 5,25%.
Nos próximos dias, o Banco Central terá que escrever uma carta pública explicando as razões para estouro da meta. Nesta segunda-feira (10), o relatório Focus, do Banco Central, projetava inflação de 9,99% em 2021.
Transportes, habitação, alimentação e bebidas puxaram alta
O estouro da meta inflacionária foi puxada principalmente pela alta em três dos setores pesquisados: Transportes, habitação e alimentação e bebidas.
A maior alta se deu em Transportes, com variação média de 21,03% e o maior impacto (4,19 p.p.) no acumulado do ano.
Na sequência vieram Habitação (13,05%), que contribuiu com 2,05 p.p., e Alimentação e bebidas (7,94%), com impacto de 1,68 p.p. Juntos, os três grupos responderam por cerca de 79% do IPCA de 2021.
Além disso, tiveram altas considerações itens dos grupos Artigos de residência (12,07%) e Vestuário (10,31%) – que havia registrado deflação no ano anterior.
Transportes
Segundo o IBGE, a alta de 21,03% do grupo Transportes está relacionada principalmente ao comportamento do preço dos combustíveis (49,02%) ao longo de 2021. A gasolina, subitem de maior peso no IPCA, subiu 47,49%, e o etanol, 62,23%. Apenas nos meses de abril e dezembro houve queda nos preços dos combustíveis.
O resultado do grupo também foi impactado pela alta dos automóveis novos (16,16%) e usados (15,05%), principalmente no segundo semestre do ano.
As passagens aéreas registraram alta de 17,59%, com maiores reajustes nos meses de julho, setembro e outubro (35,22%, 28,19% e 33,86%, respectivamente).
Os transportes por aplicativo tiveram alta de 33,75% em 2021, em contraste com o que ocorreu em 2020, quando os preços recuaram 5,77%.