Por Bruna Alessandra
Uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) registra a escalada da inflação que afeta diretamente a mesa dos mais pobres no Brasil. O levantamento revelou que 76% dos brasileiros tiveram sua situação financeira “muito afetada” ou “afetada” pela inflação. Apenas 12% da população diz que foi “pouco afetada” ou “não foi afetada” pela alta de preços no Brasil.
Para 54% dos brasileiros, a situação financeira foi “muito afetada” pela pandemia e 64% dos brasileiros reduziram seus gastos de consumo e bens para equilibrar o orçamento.
Os dados fazem parte da pesquisa “Comportamento & Economia no Pós-Pandemia”, encomendada pela CNI ao Instituto FSB Pesquisa. Foram ouvidas 2.015 pessoas com mais de 16 anos, entre 1 e 5 de abril, em todas as regiões do país. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Geladeira vazia
Os mais pobres são ainda mais afetados pela política econômica neoliberal do governo de Jair Bolsonaro (PL), conforme apontam os números da pesquisa da CNI. Nas famílias com renda de até um salário mínimo, 63% dizem estar sendo muito afetadas pela elevação dos preços e 67% dizem ter cortado itens não essenciais.
No final de março, a pesquisa Datafolha revelou que 1 de cada 4 brasileiros afirma que a quantidade de comida disponível foi inferior à necessária para alimentar a família nos últimos meses. Quanto mais pobre, mais a inflação de alimentos é percebida, pois habitação e comida consomem a maior parte da renda. Segundo estratificação do Datafolha, 53% das casas brasileiras atravessam o mês com menos de dois salários mínimos (R$ 2.424). Nelas, 35% acusaram falta de alimentos.
A elevação de preços de combustíveis provocada pela política do governo Bolsonaro de dolarização do petróleo, também tem deixado os tanques secos. Quase um sexto (ou 15%) da população eliminou o consumo de gasolina, álcool ou diesel. O aumento ainda foi agravado com guerra da Ucrânia.
Em março, a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 12 meses chegou a 10,54%. Ao permanecer em dois dígitos, o IPCA continua distante da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central). O centro da medida de referência neste ano é de 3,50%. O teto é de 5%.
Com informações do UOL e Folha de São Paulo. Leia a reportagem completa.