Lava Jato usa grupo de elite da Polícia Federal em nova ação contra José Serra em São Paulo

Grupo de Pronta Intervenção da PF está nas ruas cumprindo mandados de prisão em investigação sobre crimes eleitorais praticados pelo ex-governador do PSDB

José Serra - Foto: Divulgação/Senado

Por Plinio Teodoro, da Revista Fórum

Cerca de dez equipes da Polícia Federal (PF), incluindo agentes do Grupo de Pronta Intervenção (GPI) – a elite da corporação – estão nas ruas de São Paulo cumprindo mandados de prisão, busca e apreensão ordenados pela Operação Lava Jato.

Segundo informações da GloboNews, as investigações miram crimes eleitorais praticados pelo ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB) na campanha de 2014.

Em nota, o Ministério Pública Federal (MPF) diz que a ação cumpre quatro mandados de prisão temporária e 15 de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Itu, Itatiba e Brasília.

Um executivo da empresa de planos de saúde Qualicorp estaria entre os presos. Segundo a investigação, um acionista de uma empresa do ramo de saúde teria atuado no pagamento de colaboradores da campanha de Serra, em 2014, e estaria envolvido em um esquema de Caixa 2, com desvio de R$ 5 milhões.

Além dos mandados de prisão, busca e apreensão, o MPF pediu o bloqueio dos bens de todos os envolvidos.

Lavagem internacional
No dia 3, Serra e a filha, Verônica, foram denunciados pela Lava Jato por lavagem internacional de dinheiro e alvos da operação “Revoada”, que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao hoje senador tucano.

Revoada
denúncia do Ministério Público Federal (MPF) imputada contra Serra e sua filha, Verônica, requer reparação no valor de 936.000,00 euros (novecentos e trinta e seis mil euros) – cerca de R$ 5,6 milhões.

Segundo a Lava Jato, Serra valeu-se de seu cargo e de sua influência política para receber, da Odebrecht, pagamentos indevidos em troca de benefícios relacionados às obras do Rodoanel Sul (leia a íntegra da denúncia).

Em nota sobre a operação “revoada” e a denúncia contra o senador José Serra e a filha dele, Verônica, no início do mês a Operação Lava Jato afirmou que a ação que, pela primeira vez, expõe o braço político da investigação em São Paulo, estado governado há décadas pelo PSDB, “reafirma seu compromisso com um trabalho técnico, isento e sereno”.

Acuada em meio à troca de acusações com a Procuradoria-Geral da República, que quer extinguir a força-tarefa, e diante de denúncias de compartilhamento de dados com o FBI, a Lava Jato diz na nota que vive “um momento de incertezas”.

“Em um momento de incertezas, a força-tarefa Lava Jato de São Paulo reafirma seu compromisso com um trabalho técnico, isento e sereno. As investigações seguem em sigilo”, diz o texto.

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