Jovem terá de fazer transplante de fígado por uso de ivermectina, denuncia médico

Frederico Fernandes, presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, disse que teve de "trancar" o Twitter "devido a ataques e agressividade" sobre a publicação

Ivermectina fabricada pela Vitamedic - Foto: Reprodução

Presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), o médico Frederico Fernandes precisou fechar perfis nas redes sociais por sofrer uma série de ataques, ao denunciar que um paciente jovem terá que se submeter a um transplante de fígado depois de usar ivermectina para tratamento precoce da Covid-19.

Fernandes diz que foi acionado para fazer a avaliação de um paciente com hepatite medicamentosa – uma grave inflamação do fígado causada pelo uso prolongado de determinados medicamentos.

“Me solicitaram avaliação para uma paciente com hepatite medicamentosa. Está a um passo de precisar de um transplante de fígado. Ganha um troféu quem adivinhar qual medicação foi a culpada. Hepatite medicamentosa por Ivermectina. 18 mg por dia por uma semana. Por COVID leve em jovem”, tuitou o pneumologista no sábado (6).

O medicamento, junto com a cloroquina, consta no “kit Covid”, defendido por Jair Bolsonaro e pelo Ministério da Saúde para tratar a Covid-19.

Um dia depois, no fim do domingo (7), Fernandes voltou à rede para dizer que teve que “trancar” o Twitter “devido a ataques e agressividade por uma postagem que viralizou”.

“Tive que trancar o Twitter por um tempo devido a ataques e agressividade por uma postagem que viralizou. Não entendo pq as pessoas se tornam tão agressivas na troca de ideias sobre a pandemia. Evito discussão política no meu perfil mas ainda assim recebi ataques”, tuitou.

Cloroquina
Nesta terça-feira (9), o médico voltou às redes para comentar sobre “teorias conspiratórias” envolvendo a cloroquina.

“Médicos são contra a cloroquina pq é um remédio barato. Querem ganhar a comissão das vacinas milionárias. Preço de uma caixa de cloroquina: 57 reais. Preço da Coronavac: 54 reais”, tuitou.

Fernandes ainda insinuou que médicos estariam recebendo “comissão” ao receitar a cloroquina, prática comum feita por laboratórios para alavancar vendas de medicamentos.

“E não sei de ninguém ganhando comissão por vacina aplicada”.

Sair da versão mobile