O empresário Saul Klein, herdeiro do império das Casas Bahia, foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo, nesta quinta-feira (28), pelos crimes de organização criminosa, estupro, estupro de vulnerável, casa de prostituição, favorecimento à prostituição, tráfico de pessoas e falsificação de documento público.
Ele está sendo investigado pela polícia desde setembro de 2020, em um processo, no qual 14 jovens o denunciaram por estupro, lesão corporal e até transmissão de doença venérea, além de outros crimes. As denúncias foram feitas à promotora de Justiça Gabriela Manssur.
A delegada Priscila Camargo declarou haver um “rol extenso de pessoas a serem indiciadas”. Ela deixou claro que Klein não agia sozinho e se referiu aos envolvidos no esquema de aliciamento criado pelo empresário, de acordo com reportagem exclusiva da coluna Universa, no UOL.
Em março de 2022, novos relatos para o documentário “Saul Klein e o Império do Abuso” revelaram detalhes sórdidos sobre os abusos praticados pelo filho do fundador das Casa Bahia.
Segundo depoimentos das vítimas, Klein forçava sexo oral, machucava as garotas com as unhas longas e as obrigava a ver filmes de estupro infantil. As jovens participaram de um esquema de aliciamento, que começava com a promessa de um trabalho como modelo e logo ganhava contornos de um jogo de manipulação psicológica e financeira que incluía violências sexuais.
Depoimentos apresentam esquema profissional de aliciamento
“Eu tinha 17 anos. Uma mulher atrás de mim tirou meu vestido, me levou para o banheiro, me deu um tubo de xilocaína, me mandou agachar e introduzir o [conteúdo do] tubo no ânus. Fui para o quarto e, ali, ele começou tudo. Quando terminou, eu só chorava”, contou uma das vítimas.
“Ele tem uma barriga enorme que pressiona, segura a gente. Ele foi colocando, forçando o sexo anal. Comecei a pedir para parar, e ele não parava”, disse outra.
De acordo com uma jovem, Saul não gostava de cortar as unhas, mas mesmo assim as introduzia nas partes íntimas das garotas. Foi assim que ele rasgou uma delas por dentro. “Quando isso acontecia, já tinham pomadas lá preparadas para as meninas usarem”, relatou.