Governo Bolsonaro pede ao TSE acesso ao código-fonte das urnas eletrônicas

O pedido foi feito pelo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, em ofício classificado como “urgentíssimo”

O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira - Foto: Fabio Pozzebom/Agência Brasil

A escalada do governo de Jair Bolsonaro (PL) para tentar tumultuar o processo eleitoral e criar o caos no país continua. O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acesso ao código-fonte das urnas eletrônicas. O pedido feito via ofício e foi classificado pelo ministério como “urgentíssimo”.

“Solicito a Vossa Excelência a disponibilização dos códigos-fontes dos sistemas eleitorais, mais especificamente do Sistema de Apuração (SA), do Sistema de Votação (VOTA), do Sistema de Logs de aplicações SA e VOTA e do Sistema de Totalização (SisTot), que serão utilizados no processo eleitoral de 2022”, diz um trecho do ofício, divulgado pelo Poder360, nesta terça-feira (2).

O ministro da Defesa ainda deu até 12 de agosto para que o ministro Edson Fachin, presidente do TSE, atenda à solicitação. Paulo Sérgio Nogueira alegou que o prazo é necessário, porque há um “exíguo tempo disponível até o dia da votação”. O primeiro turno está marcado para 2 de outubro.

Além do ofício que trata sobre o código-fonte, o general encaminhou um segundo documento a Fachin. Ele reafirma o pedido a respeito do envio de outros dados para o grupo técnico das Forças Armadas, feito em julho de 2022.

As informações sobre as duas últimas eleições estão na lista desse segundo ofício. O ministro da Defesa diz que a falta de resposta pode prejudicar o trabalho da equipe.

Bolsonaro ataca Fux: ‘’Deveria responder no inquérito do Alexandre de Moraes” por fake news

Disposto a esgarçar a relação com a alta corte do judiciário em meio à disputa eleitoral, Bolsonaro atacou, na manhã desta terça-feira (2), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, que afirmou nesta segunda (1), na reabertura da corte após o recesso, que “nossa democracia conta com um dos sistemas eleitorais mais eficientes, confiáveis e modernos de todo o mundo.

“Prezado, Fux: qual país do mundo desenvolvido adota nosso sistema? O [ex-presidente do TSE, Luís Roberto] Barroso esteve na França nas eleições agora, de poucos meses, e voltou elogiando o sistema francês, só não falou que o sistema lá é no papel. Então, que maravilha de sistema é esse que ninguém quer a não ser Bangladesh, Butão, Venezuela parece que usa esse negócio aí. Então, com todo respeito ao Fux […], mas no mínimo, para ser educado, equivocado. Ou fake news.  Que deveria estar o Fux respondendo processo no inquérito do Alexandre de Moraes, se fosse um inquérito sério e não essa mentira, essa enganação, que são esses inquéritos do Alexandre de Moraes“, atacou.

Na entrevista à Rádio Guaíba, com o aliado Alexandre Garcia na bancada, Bolsonaro dedicou boa parte do tempo a atacar o sistema eleitoral, chamou Barroso de “criminoso” e defendeu uma proposta que segundo ele foi levada pelas Forças Armadas para filmar a votação em 600 urnas eletrônicas.

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