Por Carolina Fortes
O filme “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola“, roteirizado por Danilo Gentili e com atuação do humorista Fabio Porchat, entrou na mira de bolsonaristas cinco anos após o seu lançamento. O longa, disponível na Netflix, tem sido acusado de promover a pedofilia devido a uma cena em que o personagem de Porchat tenta abusar dos protagonistas, dois adolescentes.
Na cena, o adulto sugere que as crianças “parem de brigar” e diz que o que aconteceu entre eles pode ser esquecido se eles “baterem uma punheta para o tio”. “É super normal, vocês tem que abrir a cabeça de vocês. Uma juventude retrógrada”, afirma.
As críticas ao longa começaram após o deputado bolsonarista André Fernandes (PL) publicar um vídeo revoltado em suas redes sociais mostrando o trecho do filme e dizer que, por causa da classificação indicativa de 14 anos, naturalizava a pedofilia e chamava crianças que não aceitassem o abuso do adulto de “retrógradas”.
Ministros se envolvem na polêmica
O caso chegou à ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, que prometeu abrir uma investigação. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, também disse neste domingo (13) que vai determinar “imediatamente” que a pasta adote providências contra o filme.
“Como se Tornar o Pior Aluno da Escola” é baseado no livro de mesmo nome de Danilo Gentili, publicado em 2009. O longa aborda temas com objetivo de fazer críticas ao politicamente correto. Secretário especial da Cultura, Mario Frias também foi às redes sociais alertar sobre o filme e falar mal de Fabio Porchat.
“Por diversas vezes Porchat afirmou que não quer ser pai, chegou a dizer que ‘é um inferno ter filhos’, lamento, discordo, afinal, não existe algo mais sublime e grandioso do que a paternidade. O Porchat jamais vai entender q o maior crescimento de um homem vem com a paternidade. Se ele rejeita a paternidade é um direito dele, mas ele não tem o direito de desrespeitar a educação que foi dada aos filhos dos outros”, disse Frias.
Sem se estender muito, Gentili afirmou que tem “orgulho de desagradar com a mesma intensidade petistas e bolsonaristas”. “Os chiliques, o falso moralismo e o patrulhamento: veio forte contra mim dos dois lados. Nenhum comediante desagradou tanto quanto eu. Sigo rindo”, escreveu o humorista.