Por Henrique Rodrigues
Uma portaria assinada pelo presidente Jair Bolsonaro em abril de 2021 arreganhou os cofres públicos para os militares de alta patente que compõem seu governo. O acúmulo de salários por funcionários públicos sempre foi proibido e quem assumia qualquer cargo tinha que optar por um dos vencimentos para que o total recebido em um ano não ultrapassasse R$ 523 mil, em valores atuais.
Desde que criou “tetos separados”, ou seja, permissão para receber mais de um salário, desde que cada um seja menor que R$ 39.293, o máximo permitido, os fardados do Planalto aproveitam para reforçar a conta corrente e se esbaldam com dinheiro público.
O recordista na “mamata” é o general Luiz Eduardo Ramos, que atualmente ocupa o cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. Somados seus vencimentos como militar da reserva e braço direito de Bolsonaro no Planalto, Ramos embolsou nos últimos 12 meses a pequena fortuna de R$ 874 mil.
Outro estrelado que tem recebido boladas no contracheque é o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). No último ano, o mais chegado dos militares bolsonaristas levou para casa R$ 866 mil. Na sequência, vem o atual vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, que ganhou R$ 841 mil no mesmo período. A lista é composta por um total de 43 militares, entre eles o ex-ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, cotado para ser o vice de Bolsonaro na chapa que disputará um novo mandato, que recebeu R$ 829 mil nos últimos 12 meses.
Por fim, até Jair Bolsonaro se autobeneficiou com a canetada, já que ele tinha abatido R$ 2,3 mil todo mês de seus vencimentos, porque a somatória da aposentadoria como capitão do Exército com o salário de presidente ultrapassava o teto. Agora, sem qualquer constrangimento e por meio de uma medida que deu vantagens a ele próprio, pode embolsar todo o dinheiro.