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Apontado como causa da explosão no Líbano, nitrato de amônio também é armazenado no Porto de Santos

Autoridade portuária confirma movimentação da substância, usada como fertilizante, mas garante que todas as medidas de segurança são atendidas

Explosão no Porto de Beirute, no Líbano (Reprodução/Twitter)

Com as investigações ainda em curso, a linha mais consolidada coloca um carregamento de 2,7 mil toneladas de nitrato de amônio como o detonador da explosão no Porto de Beirute, no Líbano, que já matou pelo menos 104 pessoas e deixou mais de 4.400 feridos.

A violência da explosão na capital libanesa fez a terra tremer e surpreendeu o mundo em imagens que viralizaram nas redes sociais. No entanto, os riscos do armazenamento incorreto da substância são conhecidos e já causaram tragédias na França (2001 e 1947), na China (1998) e nos EUA (1947).

Usado como fertilizante na produção de alimentos, o nitrato de amônio também é encontrado no Porto de Santos. Procurada pelo Folha Santista, a Autoridade Portuária de Santos (SPA) confirmou a movimentação da substância, mas garantiu que todas as medidas de segurança são atendidas.

“A movimentação ocorre no Terminal Marítimo do Guarujá (Termag), localizado na margem esquerda do Porto (Guarujá). O produto armazenado nesse terminal é o nitrato de amônio Classe 5 (oxidante), destinado ao uso agrícola, com o monitoramento rigoroso da temperatura e umidade, rotatividade dos volumes armazenados e misturado a calcário, para dar maior estabilidade ao produto. Não é estocado por longos períodos, sendo basicamente uma operação de transbordo direto dos navios para caminhões”, disse, em nota, a SPA.

“O que se sabe até o momento sobre o acidente no Porto de Beirute é que as cargas estariam armazenadas sem o atendimento de normas de segurança, não havendo qualquer informação sobre o que de fato ocasionou o acidente em questão. No Porto de Santos, a SPA ressalta que a segurança é prioridade, assim, todos os procedimentos operacionais são seguidos criteriosamente pelos responsáveis pelas operações e acompanhados por intensiva fiscalização, propiciando total segurança à população”, completou a autoridade portuária.

O nitrato de amônio não é um explosivo por si só. Ele se apresenta como um pó branco ou em grânulos solúveis em água e é seguro, desde que não aquecido ou em contato com alguma faísca. As características, segundo especialistas, exigem regras de armazenamento e segurança muito específicas, além de constante monitoramento.

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