Jéssica Paulo do Nascimento, soldado da Polícia Militar (PM) de Praia Grande, que denunciou ser vítima de assédio sexual e ameaças de estupro e morte por parte do tenente-coronel da PM, Cássio Novaes, ingressou na Justiça para solicitar medidas protetivas para ela e a família.
O advogado que defende Jéssica, Sidnei Henrique, pediu, ainda, à Corregedoria da PM, que peça a prisão preventiva do militar e a suspensão do seu porte e da posse de arma.
Em entrevista à Juliana Steil, no G1, Henrique disse que as solicitações foram feitas no dia 18 de abril. Porém, até esta quarta-feira (28), não tinha obtido retorno da Corregedoria.
Em relação às medidas protetivas, o advogado da vítima afirmou ser importante “neste primeiro momento, para que ele seja proibido de frequentar ou se deslocar à Baixada Santista”.
Jéssica, de 28 anos, atua, hoje, no 45º Batalhão da Polícia Militar do Interior (BPM/I), em Praia Grande.
O pedido de prisão preventiva, por sua vez, segundo o advogado, se sustenta porque há perigo de intervenção de Cássio Novaes nas investigações.
Contatos e coação
“Ele mesmo diz que tem contatos com desembargadores e, por ele ostentar um cargo de alta patente, há um risco que ele possa intervir no andamento do inquérito militar”, destacou.
“Ele pode coagir testemunhas, alterar provas. O pleito é para ele não intervir de forma a prejudicar as investigações. E, também, pela periculosidade presente nas ameaças [de morte]”, acrescentou o advogado.
O tenente-coronel Cássio Novaes, denunciado pelos crimes, atuava na capital paulista. O oficial foi afastado e a investigação é conduzida pela Corregedoria da PM.