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Menos da metade das mulheres negras brasileiras exerce trabalho remunerado

Entre elas, metade já escutou piadas racistas no ambiente de trabalho; apenas 8% ocupam cargos de liderança

Foto: Edson Lopes Jr./A2AD/Divulgação

Por Luisa Fragão, da Revista Fórum

A maioria das mulheres negras no Brasil não exerce trabalho remunerado. De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria Indique Uma Preta e pela empresa Box1824, divulgada em reportagem da Folha de S.Paulo, 54% das entrevistadas afirmaram não exercer trabalho remunerado e 39% estão em busca por emprego.

Dados como esses mostram a importância de ações afirmativas para incluir pessoas negras no mercado de trabalho, como o programa de trainee para negros da Magazine Luiza. As responsáveis pelo levantamento também destacam a necessidade das empresas estarem atentas à evolução desses funcionários na carreira, já que apenas 8% das mulheres negras ocupam cargos de gerente, diretora ou sócia proprietária.

Além das dificuldades de acesso ao mercado de trabalho e evolução na carreira, mulheres negras que trabalham também sofrem com piadas racistas durante o expediente. Das entrevistadas, 51% relataram já ter escutado piadas relacionadas à cor, ao cabelo ou à aparência no ambiente de trabalho.

Desqualificadas

Das pesquisadas, 49% disseram já terem se sentido desqualificadas profissionalmente, mesmo tendo a formação necessária para o cargo, e 37% contaram que tiveram uma opinião, posicionamento ou ideia silenciada, enquanto a opinião de pessoas brancas era ouvida ou valorizada.

A pesquisa “Potências (in)visíveis: a realidade da mulher negra no mercado de trabalho” ouviu mil mulheres negras, com idades entre 18 e 65 anos, entre março e setembro deste ano.

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