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Mais de 40% das vítimas de feminicídio em São Paulo viviam com marido

Delegada diz que estado civil no boletim de ocorrência pode indicar que o companheiro da vítima seja o possível autor do crime

Foto: Marcos Santos/USP

Da Revista Fórum

São Paulo registrou 101 casos de feminicídio neste ano, número que representa um aumento de 12% em relação aos 90 registros no mesmo período de 2019. Destes, segundo levantamento do R7, 41 são de mulheres que viviam com um companheiro — 18 eram casadas e outras 23 viviam união estável.

Com isso, cerca de 40,6% das vítimas viviam com o marido no momento do crime. De acordo com a delegada Raquel Kobashi Gallinati Lombardi, presidente do Sindicato dos Delegados do Estado de São Paulo, esse tipo de estado civil no boletim de ocorrência pode indicar que o companheiro seja o possível autor.

Os registros apontam ainda que 13 mulheres viviam algum relacionamento amoroso e quatro eram divorciadas. Em 42 boletins de ocorrência não consta o estado civil da vítima ou a identificam apenas como solteira.

O aumento de feminicídios ao longo do ano representa a retomada desse crime durante a pandemia do coronavírus. Um dos casos que ocorreu em julho no estado é o de Thais Alves de 32 anos, que foi morta a facadas na frente dos filhos no Capão Redondo, na Zona Sul de São Paulo. O ex-marido da vítima, Odair Elias, foi preso na sexta-feira (4) em Americana, no interior do estado.

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