A reportagem do site A Tribuna teve acesso a imagens do dia em que o deputado federal Carlos Alberto da Cunha (PP), de 49 anos, teria agredido a ex-namorada, a nutricionista Raísa Betina Grusiescki Marques, de 28 anos.
Nas fotos, é possível ver grande quantidade de sangue no chão do apartamento do até então casal, além de perceber que Da Cunha aparece com um corte acima da sobrancelha. A imagens, também, da filha do deputado suja de sangue no rosto, ombro e roupas. Além disso, um vídeo mostra Da Cunha jogando água sanitária em peças de roupas de Betina.
A reportagem também teve acesso à denúncia instaurada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) no dia 22 de outubro. No documento, além das declarações de Betina sobre as agressões, ela relata que Da Cunha teria destruído um óculos de sol dela e jogado água sanitária em algumas de suas roupas.
A denúncia apresenta o relato de Betina, no qual ela diz que, após as agressões, o deputado ainda a ameaçou de morte. No processo, ela comenta que Da Cunha teria dito: “Vou encher a sua cabeça de tiros, vou te matar, vou matar a sua mãe…”.
Recentemente, a Justiça de Santos resolveu pedir com urgência ao Superior Tribunal Federal (STF) a verificação das acusações de violência doméstica direcionadas ao deputado. A decisão foi justificada pelo juiz Leonardo de Mello Gonçalves, da 2ª Vara Criminal de Santos, que afirma que cabe ao órgão analisar denúncias contra parlamentares.
No entanto, como o caso já havia sido denunciado pelo MP-SP, o órgão afirmou que esse não seria um assunto para o STF resolver. A Promotoria de Justiça de Santos também justificou que o crime atribuído ao deputado, agredir a ex-companheira, não está relacionado a sua função como congressista.
Procurada, a assessoria do deputado disse que o parlamentar “aguarda a definição do foro adequado de tramitação em face de sua prerrogativa de função” e que ele “aguardará a decisão com serenidade, visto que sequer houve o recebimento da denúncia”.
O advogado de defesa de Da Cunha, Eugênio Carlo Balliano Malavasi, destacou, em nota, que o cliente “lamenta o vazamento das imagens que fazem parte dos autos, que deveria tramitar em segredo de justiça” e que as marcas de sangue da filha do deputado são “do próprio pai, ao abraçá-la logo após o incidente”. A defesa ainda esclarece que “não houve qualquer agressão física ou verbal em face da filha do deputado Da Cunha”.
Sobre o vídeo em que o parlamentar aparece jogando água sanitária nas roupas da vítima, o advogado diz não ter conhecimento e que, “por ora, não irá se manifestar até a fixação da competência”.
Com informações de A Tribuna