O atacante da seleção brasileira Neymar irá a julgamento por corrupção na Espanha um mês antes da Copa do Mundo do Catar e pode ser condenado à prisão por dois anos pelo crime de corrupção, caso o Tribunal de Justiça de Barcelona acate a denúncia apresentada pela promotoria.
Segundo reportagem de Jesús Garcia Bueno, na edição digital do jornal espanhol El Pais, o julgamento, que acontece no dia 17 de outubro, se dá em razão de um processo movido há sete anos pela DIS, empresa brasileira especializada no mercado de futebol, que alega ter sido enganada durante a contratação do atleta pelo Barcelona junto ao Santos em 2009, quando Neymar foi comprado pelo clube espanhol por cerca de 2 milhões de euros.
A empresa, que pertence à rede supermercadista Sonda, detinha 40% dos direitos federativos do jogador quando ele estava no Santos e considera que foi vítima de um engano tramado pelo jogador, seus parentes e o Barcelona, pedindo indenização superior a 150 milhões de euros.
Além de Neymar, são réus na ação seus pais, dois ex-presidentes do Barcelona (Sandro Rosell e Josep Maria Bartomeu) e um ex-técnico do Santos.
O Ministério Público espanhol exige uma indenização de 10 milhões de euros, além da prisão por dois anos do atleta brasileiro. Já a DIS pede que o jogador fique preso por cinco anos e impedido de atuar nos gramados. A empresa ainda pede a prisão dos pais de Neymar pelo mesmo período.
Em 2016, o Barcelona concordou em pagar 5,5 milhões de euros por dois crimes fiscais na operação que culminou na contratação de Neymar, que atua hoje no Paris Saint-Germain.
Denúncia aponta que Neymar assinou dois contratos simulados com o Barcelona
Segundo os promotores, Neymar e o pai, Neymar da Silva Santos, assinaram dois contratos simulados com o Barça, ignorando que os direitos do jogador pertenciam ao Santos e à DIS.
Um desses contratos, de 40 milhões, supostamente serviu para amarrar a assinatura antes de ser lançado no mercado.
“O Barcelona e o jogador quebraram as regras da Fifa e alteraram a livre concorrência no mercado de transferências”, disse a empresa brasileira no inicio da tramitação da ação, em 2016.
O julgamento pelos crimes de corrupção entre particulares e fraude será realizado em sete sessões até 31 de outubro.