O ex-piloto brasileiro Nelson Piquet não aguentou a pressão e pediu desculpas ao heptacampeão de Fórmula 1, Lewis Hamilton, e a todos os que foram afetados por ter se referido a ele de forma racista.
O ex-piloto bolsonarista ainda negou que tenha usado o termo “neguinho” com intenção de ofender, e afirma que o termo é comum no Brasil:
“O que eu disse foi mal pensado, e eu não vou me defender por isso, mas eu vou deixar claro que o termo é um daqueles largamente e historicamente usados de forma coloquial no português brasileiro como sinônimo de ‘cara’ ou ‘pessoa’ e nunca com intenção de ofender. Eu nunca usaria a palavra que estou sendo acusado em algumas traduções. Condeno veementemente qualquer sugestão de que a palavra tenha sido usada por mim com o objetivo de menosprezar um piloto por causa de sua cor de pele”, disse.
Ao final, ele afirmou: “Eu me desculpo com todos que foram afetados, incluindo Lewis, que é um grande piloto, mas a tradução em algumas mídias e que agora circula nas redes sociais não é correta. Discriminação não tem espaço na F1 ou na sociedade e estou feliz em deixar claro meus pensamentos sobre isso”.
Termo não é racista, mas sim emprego que ex-piloto deu, diz professor
Wilson Gomes, doutor em filosofia e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), afirmou em sua conta do Twitter que “neguinho” não é, de fato, um termo racista, mas sim “o emprego que lhe deu Nelson Piquet”.
O professor ainda explica que “semântica é uma coisa, pragmática é outra. Jornalistas têm Semiótica no currículo, então deveriam ter aprendido isso. Obrigado pela distinção”.
Em uma definição mais detalhada, a Semântica lida com o sentido no nível explícito. Para a Pragmática, também concorrem as intenções do falante, que diz além do que diz. Assim, a Pragmática lida com o sentido no nível implícito.