Há menos de 20 dias, o moral do torcedor do Santos estava em baixa. Com o time em 18º lugar, com 21 pontos em 21 jogos, as chances do inédito rebaixamento, em função do péssimo desempenho do elenco em campo, corroboravam para o pessimismo que tomava conta dos santistas. Porém, no dia 15 de setembro, o time começou a virar a maré.
Neste dia, o clube demitiu o treinador Diego Aguirre, após sucessivos fracassos, e alçou ao cargo Marcelo Fernandes, ex-jogador do clube e com passagens recentes como auxiliar técnico pelo Santos.
No dia 18 de setembro, o Peixe foi até Salvador, na Bahia, e venceu o time da casa, de virada, por 2 a 1. No dia 1º de outubro, na Vila Belmiro, goleou o Vasco da Gama, por 4 a 1, e saiu da incômoda zona do rebaixamento.
E, neste domingo (8), o Santos venceu o Palmeiras, na Arena Barueri, por 2 a 1, e se fortaleceu na briga contra o descenso, com 30 pontos, três de distância para o primeiro clube do Z-4, o Vasco, com 27.
Entretanto, o que Presuntinho, apelido da torcida santista para Marcelo Fernandes, fez para o time reagir no campeonato?
Estilo paizão
Fernandes foi jogador do clube e está na sua terceira passagem como membro da comissão fixa do Santos. Em 2015, ele foi campeão paulista, vencendo o próprio Palmeiras. Agora, em 2023, tem a dura missão de livrar o time do inédito rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro. E vai bem na sua missão. Em três jogos, foram três vitórias.
O que se destaca é o seu estilo “paizão” com os atletas. Principais lideranças da equipes, como Jean Lucas, Marcos Leonardo e João Basso, relataram se sentirem mais motivados com Fernandes no comando.
“Ele é um cara acolhedor, mas se tem que ‘rasgar’ ele rasga, tem que elogiar, ele elogia. Ele gosta muito de falar que ‘menos é mais’. No momento que a gente está vivendo, menos é mais. Quem não está jogando tem que apoiar. Todo mundo está no mesmo barco para tirar o Santos dessa situação”, declarou Jean Lucas, em entrevista ao programa “Boleiragem” do SporTV.
Quem pensa da mesma forrma é o atacante Marcos Leonardo. “A gente sabia da importância do jogo, ainda mais pelos resultados anteriores que tivemos. Estou feliz por chegar aos 50 gols pelo profissional com 20 anos, ainda mais com vitória. Respaldar o grupo, o Marcelão, que veio aqui e assumiu essa bronca. Ele deu total confiança para a gente trabalhar e seguir”, afirmou o atacante ao Premiere, depois do triunfo sobre o Bahia.
Motivacional
A péssima campanha do Santos durante boa parte do Brasileirão desanimou a todos, desde torcedores até funcionários do clube. Com a entrada de Fernandes no comando, o cenário mudou. O clima no CT Rei Pelé não era dos melhores, não por desavenças entre os atletas, mas pelos resultados ruins em campo, que tiravam a confiança de todos.
A vitória contra o Bahia, fora de casa, deu um novo gás ao elenco e os triunfos sobre Vasco e Palmeiras, que encerrou jejum de quatro anos sem ganhar do rival no tradicional clássico, fizeram com que todos retomassem a confiança.
Nova tática
Outro fator que ajudou o Santos a se reerguer no Brasileirão foi a mudança no esquema tático promovida por Fernandes.
A equipe, que antes atuava no 4-3-3 pouco eficiente, agora joga no 3-5-2, com uma linha de cinco homens que protegem o gol de João Paulo, com Lucas Braga e Kevyson nas alas e Joaquim, João Basso e Dodô de zagueiros. Além disso, dois volantes de combate no meio-campo (Jean Lucas e Tomás Rincón). O time melhorou sua produção ofensiva, com oito gols marcados nestes três duelos, com apenas três sofridos.
Empolgação
Fora da zona do rebaixamento, com 30 pontos e na 14ª colocação, o Santos terá 11 dias de descanso para o seu próximo duelo no Brasileirão. No dia 19 de outubro, quinta-feira, o time vai receber o vice-líder Red Bull Bragantino, na Vila Belmiro, a partir das 20 horas. O jogo é válido pela 27ª rodada do torneio.
