Dois dias após o início da Copa América no Brasil, duramente criticada por ser realizada em meio ao descontrole da pandemia do coronavírus no Brasil, os casos de atletas e membros de comissões técnicas das equipes que testaram positivo para a Covid-19 vêm aumentando. A seleção mais atingida foi a da Venezuela, com ao menos 13 pessoas infectadas.
Na noite desta terça-feira (15), o portal Metrópoles noticiou que os jogadores da Venezuela que testaram positivo para a doença “sumiram” do Brasília Palace Hotel, local em que deveriam ficar em isolamento, segundo os protocolos sanitários, por ao menos 14 dias.
A informação foi repassada ao site através de uma denúncia anônima. Segundo essa mesma denúncia, além do “sumiço” dos atletas, o hotel em questão não estaria testando os funcionários que entraram em contato com eles, o que também desrespeita os protocolos contra o contágio do coronavírus.
“Não foram feitos testes nos funcionários. Pelo que foi divulgado, a Conmebol seria responsável pelos testes, mas não foram feitos, nem por eles nem pelo hotel. Alguns funcionários fizeram uma certa pressão. Os que tiveram mais contato com eles queriam ficar em isolamento, mas não aconteceu. Estão todos trabalhando normalmente”, relatou a fonte anônima. Saiba mais na reportagem do portal Metrópoles.
Casos de infectados na Copa América dobram
Dois dias após o início da Copa América no Brasil, ao menos 41 pessoas já foram infectadas com Covid-19. Os casos abrangem jogadores, integrantes das delegações e prestadores de serviço. Deste total, segundo o Ministério da Saúde, 31 foram detectados em atletas e membros das delegações, e o restante em funcionários contratados pela Conmebol.
Até esta segunda-feira (14), 20 integrantes das delegações de Venezuela, Bolívia, Colômbia e Peru, entre atletas e membros da comissão técnica, haviam testado positivo para Covid-19. O número, portanto, dobrou até a nova confirmação do Ministério da Saúde.
Todos os casos ocorreram em Brasília. A seleção da Venezuela, por exemplo, confirmou 13 casos; a da Bolívia, quatro. As equipes reúnem jogadores que atuam em países que registraram, pelo menos, seis variantes do coronavírus, de acordo com levantamento do Poder360.
O cientista Miguel Nicolelis foi às redes sociais para criticar o torneio. “24h da Copa Coronavírus da América e já são 41 infectados. Quarenta e uma pessoas que não precisavam ter tido contato com um vírus letal foram expostas aos riscos letais da Covid-19. Tudo pela ganância de uns poucos dirigentes. Quantos mais serão expostos nas próximas semanas?”, questionou.
Os testes para Covid-19 entre os participantes da competição são realizados a cada 48 horas por laboratórios privados. Quem testar positivo realiza o teste genético para saber qual cepa do coronavírus está infectado.
A competição não seria realizada no Brasil. Uma imposição de Jair Bolsonaro fez com que o torneio viesse para o país, após desistência de Colômbia e Argentina. O técnico da seleção brasileira, Tite, e os jogadores foram contra a decisão, mas decidiram jogar.