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Teletransporte de Histórias leva o mundo mágico da literatura através da tela do celular

O projeto teve início como uma biblioteca itinerante, formada em uma Kombi, mas teve de se adaptar em função da pandemia do coronavírus

Renato Ribeiro e Brunna Talita - Foto: Divulgação

Tudo começou com a ideia de levar o encantamento dos livros de história às pessoas por meio de uma biblioteca itinerante. Brunna Talita e Renato Ribeiro montaram um acervo literário, colocaram dentro de uma Kombi transformada em motorhome e partiram.

No entanto, a pandemia do coronavírus chegou e, com isso, a dupla precisou se adaptar para não deixar morrer o sonho de espalhar para as pessoas a mágica proporcionada pelos livros.

“O projeto Casulo Viajante oferecia livros em todos os cômodos, que ficavam ao alcance das mãos das crianças e dos adultos para serem manipulados e lidos durante o tempo em que estacionávamos a kombi”, relembra Brunna.

A proposta era que ela e Renato funcionassem como mediadores de leitura. “Nós líamos com as crianças, ouvíamos as crianças lendo, tudo com o objetivo de aproximar o leitor do livro”, conta ela.

Entretanto, tudo mudou de uma hora para outra. “Quando aconteceu a pandemia, a gente estava realizando um trabalho na região dos morros de Santos, em parceria com a Secretaria de Educação. Fizemos uma atividade no Morro São Bento, onde contamos histórias para crianças e famílias que estavam desabrigadas, por conta dos temporais do início do ano. Nosso último trabalho presencial aconteceu no dia 13 de março”, destaca.

Brunna acrescenta que quando a dupla foi obrigada a se recolher no ambiente de casa para se proteger, percebeu que “os livros ficam com saudade”.

“Um jeito de a gente diminuir essa saudade foi através das contações de histórias online. Surgiu, então, o Teletransporte de Histórias, maneira de se teletransportar para onde a gente quiser, por meio da leitura. Já que a gente não pode sair de casa, os livros e as histórias têm esse poder”, explica Brunna.

Na avaliação dela, as histórias são grandes formadoras de leitores. Na contação, são utilizadas tanto as histórias da literatura quanto da tradição oral, que vêm de muitos anos.

Uma das idealizadoras do projeto explica que o Teletransporte de Histórias pode ser feito de várias formas. Pelo canal do YouTube, com a leitura de um livro por dia, com a imagem e a voz.

“O outro jeito é a contação de histórias de uma forma mais livre, quando a música entra. A gente tem as histórias junto com as canções, que são tocadas ao violão pelo Renato. Essas músicas vêm da cultura da infância, de domínio público, além de algumas que a gente inventa. Com isso, ficam mais divertidas. Além disso, a melodia traz um ritmo para a história”, ressalta Brunna.

Para presentear

A outra forma é pelo WhatsApp. Este projeto se chama Uma História de Presente, porque as pessoas podem presentear com histórias.

“A gente liga para o homenageado, faz uma videochamada pelo WhatsApp, lê o recado enviado pela pessoa que o presentou e conta uma história. Foi uma forma de a gente aproximar as pessoas que estavam com saudade umas das outras”, revela.

Os projetos podem acontecer de formas diferentes: em lives, por Facebook ou Instagram; para grupos fechados, utilizando as plataformas Zoom ou Google Meet; ou individualmente, com a História de Presente, que se caracteriza por ser uma iniciativa mais íntima, personalizada, segundo a autora.

Para todos

Em relação à faixa etária, Brunna garante que os projetos são indicados para todas as idades. “As famílias assistem muito, os jovens também, pois nossos livros são, principalmente, da literatura infanto-juvenil. Porém, as Histórias de Presente são mais requisitadas pelo público adulto.

“O que a gente percebe é a importância do contato com o universo da literatura, conhecer escritores e ilustradores, além de aumentar o interesse e o gosto pela leitura. Quando a gente conta uma história, mesmo que seja com a nossa voz, a gente acessa esse outro canal de interesse pela leitura. A voz e a entonação do mediador, mostrar o quanto é divertido e prazeroso ter um livro como companheiro, são objetivos desse trabalho”, enfatiza Brunna.

Ela frisa que desenvolver essa atividade à distância foi um desafio para a dupla. “Mas a gente procura fazer o trabalho de uma forma mais afetiva. O retorno tem sido maravilhoso”.

Brunna avisa que quem tiver interesse em participar dessa experiência literária é só procurá-la pelo (11) 98790-1411 ou pelas redes sociais: Youtube, Facebook e Instagram.

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