O cineasta e comentarista Arnaldo Jabor, morreu aos 81 anos na madrugada desta terça-feira. Ele estava internado desde o dia 17 de dezembro no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após sofrer um acidente vascular cerebral. Segundo a família, a causa da morte foram complicações do AVC.
O jornalista e cineasta fez parte da geração do Cinema Novo e dirigiu sucessos como “Eu Te Amo“, de 1981,
No final de dezembro, um boletim médico apontou que Jabor tivera uma melhora progressiva do quadro neurológico e se encontrava consciente.
Cronista e cineasta
Apesar de ter ficado mais conhecido por suas crônicas em jornal e, sobretudo, por seus comentários no Jornal Nacional, da TV Globo, Jabor tem uma obra respeitada forjada no ambiente do Cinema Novo, na década de 60, no Brasil.
Ele trabalhou como crítico de teatro e cinema no jornal O Metropolitano, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e na revista Movimento. Foi levado ao cinema por seu amigo, o também cineasta Cacá Diegues.
Seu primeiro longa-metragem foi “A Opinião Pública“, de 1967. Depois disso, fez “Pindorama“, de 1970, que foi fracasso de bilheteria. O prejuízo foi compensado pelo sucesso de “Toda Nudez Será Castigada“, de 1973, adaptação da peça homônima de Nelson Rodrigues, que conta com Paulo Porto e Darlene Glória no elenco e trilha do argentino Astor Piazzolla.
Seu longa seguinte foi “O Casamento“, de 1975, inspirado em um romance de Nelson Rodrigues.
Trilogia amorosa
Após esta primeira fase, Jabor fez uma trilogia amorosa. No primeiro longa, em que enfoca um casal de mais idade, realizou “Tudo Bem“, de 1978, estrelado por Paulo Gracindo e Fernanda Montenegro. Ele considerava este o seu melhor filme.
Logo após jogando as luzes sobre um casal chegando à meia idade, fez “Eu Te Amo“, com Sônia Braga e Paulo César Pereio e, a seguir, “Eu Sei que Vou Te Amar“, de 1986, com o jovem casal Fernanda Torres e Thales Pan Chacon, que teve indicação à Palma de Ouro no Festival de Cannes.
Em 2010, voltou a filmar e fez “A Suprema Felicidade”.
Nesse meio tempo, começou a colaborar com a Folha de S.Paulo, Zero Hora, O Globo e publicou livros, como “Os Canibais Estão na Sala de Jantar“, de 1993, e “O Malabarista – Os Melhores Textos de Arnaldo Jabor“, de 2014.