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Luto na dramaturgia brasileira: Aracy Balabanian morre no Rio de Janeiro, aos 83 anos

Atriz viveu inúmeros papéis em novelas da Globo; entre os mais conhecidos está a inesquecível Cassandra, no humorístico "Sai de Baixo"

Aracy Balabanian - Divulgação/TV Globo

A atriz Aracy Balabanian morreu na manhã desta segunda-feira (7), aos 83 anos. Ela foi diagnosticada com câncer no pulmão no fim do ano passado e estava internada na Clínica São Vicente, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro.

Em outubro do ano passado, ao passar por um tratamento para um derrame pleural, que causa acúmulo de líquido nos pulmões, Aracy descobriu dois tumores nos órgãos e ficou bastante abalada.

A trajetória

Filha de imigrantes armênios, ela nasceu em 22 de fevereiro de 1940, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

Aracy se reconheceu como atriz aos 12 anos de idade, já morando na cidade de São Paulo com a família. Ela foi levada pelas irmãs mais velhas para assistir a uma peça de Carlo Goldoni com a companhia de Maria Della Costa.

“Eu chorei muito. Estava emocionada porque era aquilo que eu queria. É muito difícil para uma criança de 12 anos, ainda mais naquela época, querer ser atriz e já perceber que ia ter muitas dificuldades”, disse Aracy ao Memória Globo.

Para realizar o sonho de estar nos palcos, a menina teve que driblar a rejeição do pai, que era contra a filha seguir a carreira.

Ela estreou na televisão em 1965, em uma versão teleteatral de “Antígona”, na extinta TV Tupi. Antes disso, ela atuava em espetáculos com o grupo Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC. De lá pra cá, a atriz sempre se dividiu entre os tablados e os estúdios televisivos.

Personagens

Entre os inúmeros personagens vividos pela atriz, ficaram marcados na memória do público Gabriela, do programa infantil “Vila Sésamo”, em 1973.

Na Rede Manchete, entre 1986 e 1988, ela integrou o elenco das novelas “Mania de Querer” e “Helena”.

A atriz voltou para a Globo em 1989, interpretando Maria Fromet em “Que Rei Sou Eu?”.

Em 1990, conquistou o país com a Dona Armênia, de “Rainha da Sucata”, mãe controladora de três filhos. Ela emprestou o sotaque e alguns costumes armênios da família à trama. O personagem fez tanto sucesso que voltou em “Deus nos Acuda”, de 1992.

“Minha mãe era uma mulher toda aplicada, mas nós tínhamos uma vizinha que falava muito alto, que se metia na vida de todo mundo. Então, eu fiz um pouco assim. Foi uma loucura o sucesso da personagem”

A atriz interpretou a manipuladora Filomena em “A Próxima Vítima”, de 1995.

A consagração veio também com Cassandra, em “Sai de Baixo”, de 1996. Ela vivia uma socialite decadente.

“Eu me vi fazendo uma coisa que é o sonho de todo ator: teatro e televisão, ao mesmo tempo. Só que era um espetáculo ensaiado em uma tarde”, contou Aracy ao Memória Globo.

O programa, exibido no domingo à noite, era gravado em um teatro com plateia e incorporava risos e improvisos do elenco.

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