Eduardo Silva: o Pelé do telejornalismo santista – Por André Azenha

Mesmo fora da TV, a torcida é para que Eduardo continue a nos brindar com seu talento

André Azenha e Eduardo Silva - Foto: Divulgação

Por André Azenha*

Recentemente, o jornalismo santista testemunhou a despedida (será?) de uma de suas maiores lendas: Eduardo Silva, durante muitos anos o editor-chefe da TV Tribuna, afiliada da Rede Globo na Baixada Santista e no Vale do Ribeira.

No 10º Santos Film Fest – Festival de Cinema de Santos, houve uma sessão do documentário “Isto é Pelé” (1974), de Luiz Carlos Barreto e Eduardo Escorel, no Cine Arte Posto 4, dentro da homenagem à LC Barreto Produções, que celebra, em 2024, 60 anos de atuação fundamental em prol do cinema brasileiro.

Antes da exibição, aconteceu um bate-papo com as lendas do Santos Futebol Clube, Manoel Maria e Lima. Edu, como é carinhosamente chamado, estava presente e foi convidado a falar ao lado dos ex-jogadores. Exaltou os craques, lembrou dos dribles de Manoel Maria e da classe de Lima. Manoel Maria, aliás, pegou o microfone e reverenciou o jornalista ao chamá-lo de Pelé do telejornalismo santista. Certeiro.

Pelé era Pelé por dominar todas as valências do futebol com maestria: chutar, lançar, dominar a bola e cobrar faltas de direita e de esquerda, saltar mais alto que todos e cabecear como se fosse um chute, marcar o adversário quando necessário e até quando precisou ser goleiro, foi bem.

Eduardo Silva se destaca em todas as facetas do jornalismo. Seja narrando, comentando, apresentando, escrevendo ou gerindo pessoas. Em TV, rádio, site, jornal, sempre mostrou e mostra excelência.

Tal qual o Rei do Futebol, disposto a tirar fotos e receber as pessoas de maneira simples, Edu jamais permitiu que o ego ofuscasse sua generosidade e ética, algo raro no meio jornalístico – ainda mais para alguém que alcançou sua posição.

Durante o tempo na TV Tribuna, Eduardo descobriu e revelou talentos, abriu portas para muitos profissionais, incluindo o autor deste texto, além de apoiar o Santos Film Fest desde seu início. Sua contribuição foi fundamental para a difusão da cultura na região. Para furar a bolha do nicho cultural, a televisão aberta tem papel fundamental.

Eduardo é um profissional low profile, preferindo os bastidores ao brilho das câmeras, mas ainda assim conquistou a admiração de muitos na cidade. Foi responsável por ajudar no crescimento de diversas iniciativas. Posso citar as que atuei de perto: o próprio Santos Film Fest, Culturalmente Santista, Nerd Cine Fest, Cine Comunidade, nos quais fui produtor, e Santos Jazz, Tarrafa Literária, Santos Criativa Festival Geek, Santos Comic Expo, Fidifest, Cine Roxy, Arte no Dique etc, das quais fui ou sou assessor de imprensa. Some a estes, centenas de outros projetos, eventos, e teremos um vislumbre de sua contribuição ao setor cultural. E olha que nem estou falando do meio esportivo.

Mesmo fora da TV, a torcida é para que Eduardo continue a nos brindar com seu talento. Se optar por descansar ao lado da esposa Vanessa e da filha Bruna já terá deixado um legado gigantesco, imensurável.

Se retomar sua carreira em novas plataformas, como podcasts ou programas de rádio, sorte a nossa. Suas publicações no Facebook, relembrando grandes trajetórias do jornalismo, são sempre um deleite.

Eduardo Silva é, de fato, o Pelé do telejornalismo santista. A ele, toda a nossa gratidão e admiração.

*André Azenha é diretor do Santos Film Fest – Festival de Cinema de Santos.

**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião do Folha Santista.

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