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A Semana de Arte Transmoderna é negra

Foram dias intensos, dias de encanto, encontros, revelações, de alegria, superação e luta, antes e durante a Semana de Arte Transmoderna

Foto: Divulgação

Por Cidinha Santos*, Elis Granado** e Luiz Soares de Lima***

Parabéns às pessoas que se envolveram, de corpo e alma, na SAT22!

Além de todas as atividades artísticas que envolveram a cidade, a Estação da Cidadania de Santos e o Museu do Café receberam artistas das cidades da Baixada Santista, que se inscreveram para a Semana de Arte Transmoderna, a SAT22.

Idealizada por Celio Nori e Sérgio Sérvulo da Cunha – coordenadores do Fórum da Cidadania/Concidadania, que se retiraram da vida material para brilharem em outra esfera, deixando saudades e legados que, acreditamos, mudou a história da nossa região.

A SAT22 reuniu artistas e voluntários nesse projeto intenso e desafiador: 18 artistas das artes visuais participaram da exposição de pinturas, fotografias, textos, gravuras, esculturas, cerâmicas arte Naif, painel bordado, mural pintado na lateral da Estação e outros tantos da dança, literatura, teatro e música (quase 50 trabalhos) que apresentaram suas artes durante uma semana e demonstraram a capacidade de construir quando trabalhamos coletivamente.

Foram muitas reuniões preparatórias, desde 2019-2022, a maior parte delas online por causa da pandemia da Covid-19, que tirou tanta gente do nosso convívio. Infelizmente, a Covid-19, no Brasil, veio atrelada à ignorância e ao negacionismo reapresentados pela maior autoridade federal.

Vivemos dias intenso com lives como o “Café 22”, “ações formativas” sobre a Semana de Arte Moderna de 1922, com profissionais da educação do município de Santos; “Mário de Andrade: uma análise da pauliceia ao Brasil desvairado do século XXI”; conteúdos temáticos sobre “Mulher e Modernismo”, “Questões Sociopolíticas”, “Povo Negro e Indigena” e “Arquitetura, sustentabilidade e urbanismo”.

O lançamento da Antologia Poética Celio Nori, em maio deste ano, lembremos, foi uma prévia artística do que sonhávamos para a SAT22.

Assim como em 1922, os maiores obstáculos de 2022 também foram superados. Diga-se de passagem, bravamente, pelas pessoas responsáveis pela organização, por acreditarem no projeto e na importância da arte na vida de todo ser humano.

Cada um e cada uma brilhou no que fez. Gente é pra brilhar, como poetizou Maiakovski.

Artistas, técnicos, voluntários, entidades, associações e movimentos se uniram para mostrar a potência da arte e a capacidade de união e solidariedade em especial para relevar a arte periférica, a cultura que existe em cada canto, a força da cultura negra por mais que se tente ocultar.

Nosso agradecimento a todas e todos que se fizeram presentes, público, artistas, organizadores/as, equipe técnica, pessoal administrativo e de comunicação.

Cada um que se revezou no atendimento, no balcão de lanche, na preparação da Estação, organizando e limpando o espaço para receber a SAT22 foram e são imprescindíveis.

Foram dias intensos, dias de encanto, encontros, revelações, de alegria, superação e luta, antes e durante a Semana de Arte Transmoderna!

Quem sabe esta tenha sido um ensaio para outras semanas que virão?

*Cidinha Santos é jornalista, coordenadora de comunicação do Fórum da Cidadania de Santos e da organização da SAT22.

**Elis Granado é bibliotecária e representante do Museu do Café na organização da SAT22.

***Luiz Soares de Lima é advogado público municipal, associado do Fórum da Cidadania de Santos e colaborador da SAT22.

****Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião do Folha Santista.

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