Com o intuito de ajudar crianças e jovens carentes a acompanhar as aulas on-line na quarentena, quatro professores e funcionários da Etec Tenente Aviador Gustavo Klug, de Pirassununga, estão montando computadores para doação. Os equipamentos são preparados reutilizando peças de caça-níqueis apreendidos pela Polícia Civil e cedidos para a unidade.
A iniciativa é resultado de uma parceria que o Centro Paula Souza (CPS) mantém com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) para reaproveitamento e descarte adequado dos componentes eletrônicos das máquinas. O protótipo foi construído nas últimas duas semanas. Até o momento já foram produzidos sete computadores e outros 20 estão em preparação. A unidade busca doação de acessórios para montar mais 50 equipamentos.
“São extraídos monitor, processador, fonte, memória RAM e placa-mãe. Como os caça-níqueis não contam com gabinete nem disco rígido, nós transformamos um pen-drive em HD e conectamos uma placa de rede Wi-Fi a uma caixa de madeira. A partir daí, instalamos o sistema operacional e os aplicativos básicos”, explica o diretor Luiz Arthur Malta Pereira.
Quem quiser colaborar com o projeto pode contribuir financeiramente ou com peças, como placas de rede sem fio, teclados, mouses, caixas de som e pen-drives acima de 16GB. O contato pode ser feito por e-mail ou WhatsApp.
“O que antes era um mecanismo de propensão ao vício e à ilegalidade, agora é uma ferramenta de esperança para o jovem que precisa continuar seus estudos”, ressalta o diretor.
Ações
Além da doação de computadores, professores e alunos da Etec promovem outras ações para enfrentar a pandemia dentro de um projeto batizado de “Hora de fazer o bem”. Já foram realizadas campanhas para arrecadação de alimentos, força-tarefa para produção de álcool em gel em laboratório, confecção de máscaras de tecido e protetores faciais de acetato.
Em outra frente, estudantes de diferentes cursos também se mobilizaram e redigiram 400 cartas de conteúdo motivacional destinadas a pacientes internados com a Covid-19. “É um gesto de amor e de solidariedade que pode fazer a diferença para quem está debilitado e busca forças para lutar pela vida”, destacou a professora de língua portuguesa Lúcia Pacheco.